(sexta parte)
A GALERIA TOCA
Cleto de Assis, que citei na edição anterior como artista visual de impressionante participação em diversas áreas – fez joias, por exemplo, e foi programador visual e diagramador de edições impressas, além de ceramista e poeta -, teve, por curto período, uma galeria de arte, a Toca. Funcionava no Alto do São Francisco.
A vida da Toca foi efêmera, pois virara um grande ponto encontro de artistas, mas com poucos resultados de vendas.
Uma das mostras lá realizadas, e de que me lembro bem, foi a de Rogério Moura Dias, que já aparecia com seus passarinhos, hoje uma marca registrada do artista de Jacarezinho com aceitação no Paraná todo.
Antonio Carlos Gerberg, promotor cultural, foi um dos apoiadores daquele evento; e me lembro bem, sem nada dever ele acabou se envolvendo num desentendimento físico entre os que foram ao ‘vernissage’ de Rogério.
Coisas do mundo das artes.
Geograficamente próximo à Toca de Cleto de Assis – que nessa época, se não me engano, estava casado com Filomena Gebran (ex-Velloso) – ficava o Departamento de Cultura do Estado, onde Ennio Marques Ferreira e sua gente conseguiam efetivamente fazer as artes plásticas aparecer.
Da equipe do Ennio faziam parte, entre outros tantos, Dalena dos Guimarães Alves e o ator Telmo Faria, que anos depois se mudaria para o Rio, onde foi fazer teatro, sua paixão.
JUAREZ NA TV
Juarez Machado teve uma passagem pelas artes cênicas, bem no começo de sua vida profissional. Foi quando Ary Fontoura, no começo dos anos 60s, dono absoluto da audiência na TV Canal 6, dos Associados, vivia o personagem “Dr.Pomposo”, um político nada ético (semelhanças com hoje?).
Fontoura transformou Juarez num tipo engraçado que, ao lado dele e de Odelair Rodrigues, formava a Família Pomposo.
Nesse mesmo tempo – não tenho como precisar datas -, lá pelos 1964, Juarez morria de amores por Lígia Itiberê da Cunha, filha de paranaenses de sobrenome ilustre (entre outros notáveis, monsenhor Celso Itiberê da Cunha). Como resultado, numa mostra de esculturas, Juarez Machado – disso me lembro bem, eu trabalhava na BPP – compareceu à mostra da Biblioteca Pública com uma escultura a qual denominou de “Gia em Agosto”.
NA PENSÃO
“Gia” foi o apelido que o então apaixonado e galante artista plástico dera à amada Lígia, uma ex-aluna de Sion, hoje vivendo em Nova York, segundo me informam.
Naqueles dias, Juarez, vindo de Joinville, começando a vida, morava numa pensão na Rua 24 de Maio, onde, uma vez, cheguei a visitá-lo, acompanhado de João Osorio.
Nessa mesma pensão Juarez acolheria seu irmão, Edson Machado, que depois seria secretário de Cultura de Joinville, num reconhecimento a suas qualidades e ao grande padrinho que sempre teve, o irmão, Juarez Busch Machado.
(PROSSEGUE)
Artes plásticas do Paraná no século 20 (primeira parte)
Artes plásticas do Paraná no século 20 (segunda parte)
Artes plásticas do Paraná no século 20 (terceira parte)