segunda-feira, 30 junho, 2025
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PROFISSIONAIS DE SAÚDE DIZEM QUE PREFEITURA PÕE EM RISCO GESTANTES DESATIVANDO MATERNIDADE

Gestantes são encaminhadas a hospital geral, sem atenções especiais que merecem, e em meio a infecção hospitalar

Maternidade Bairro Novo transfere partos e reforça rede de combate à covid-19. Foto: Pedro Ribas/SMCS

Na semana, profissionais que estavam em turno de trabalho na Maternidade Bairro Novo se reuniram em frente ao local com cartazes par alertar a população e as autoridades sobre o risco a que estão expostas as gestantes e bebês devido a uma decisão da Prefeitura Municipal de Curitiba comunicada no início desta semana.

De acordo com a determinação da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, todos os partos que seriam atendidos na Maternidade Bairro Novo estão sendo transferidos para o Hospital Evangélico e para a Maternidade Mater Dei.

 

LIBERAR LEITOS

O objetivo é liberar leitos da Maternidade Bairro Novo para pacientes de baixa complexidade sem suspeita de Covid-19. Isso liberaria vagas em hospitais de referência para os casos suspeitos ou confirmados de Coronavírus.

(https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/maternidade-bairro-novo-transfere-partos-e-reforca-rede-de-combate-a-covid-19/55456)

 

QUESTIONAMENTOS

A medida, no entanto, está sendo questionada pelos profissionais de saúde que atendem na Maternidade Bairro Novo. Eles alertam que a situação pode gerar um caos no atendimento às gestantes.

 

GESTANTES EM RISCO

“As gestantes estão sendo colocadas em risco ao serem transferidas, já que esses locais que deveriam recebê-las já estão lotados e não estão conseguindo atender as gestantes, que muitas vezes já chegam com o bebê prestes a nascer”, alerta a enfermeira obstétrica Aline Calça, que atua na área de obstetrícia há 19 anos, dos quais seis na maternidade Bairro Novo.

 

INFECÇÃO HOSPITALAR

“Outra questão bastante grave é que, nos hospitais gerais, o risco de uma infecção hospitalar é muito maior, já que esses locais costumam estar mais expostos a vírus e bactérias que podem ser letais tanto para a mãe que acabou de parir, quanto para o bebê.

 

ORIENTAÇÃO MUNDIAL

Além disso, complicações obstétricas podem passar despercebidas por causa do excesso de mulheres que precisarão de assistência”, completa.

“No mundo todo a orientação dos profissionais de saúde é que os partos, em tempos de pandemia, ocorram em maternidade e em casas de parto.

Curitiba está indo na contramão do que os especialistas em parto recomendam”, explica.

 

PERIGO IMINENTE

“Nosso maior temor é que a superlotação no Hospital Evangélico e na Maternidade Mater Dei gere um caos nos atendimentos às gestantes. Elas correm o risco de, inclusive, terem seus filhos no meio da rua por falta de atendimento. A situação é muito grave e estamos muito preocupados, destaca Alyni Dobkowski”, enfermeira obstétrica que trabalha há dois anos na maternidade Bairro Novo.

 

OUÇAM AS SUGESTÕES

A sugestão dos profissionais de saúde da Maternidade Bairro Novo é que o local concentre o atendimento às gestantes e que a necessidade de leitos emergenciais para os doentes do Covid 19 seja resolvida com leitos hoje ocupados por gestantes nos hospitais gerais. Eles defendem também a construção de hospitais de campanha para atender à emergência de saúde pública, como está ocorrendo em outros países.

 

VOLTAM À MATERNIDADE

No dia 31 de março, por exemplo, pela manhã, segundo profissionais que trabalham na Maternidade bairro Novo, houve relatos de gestantes que haviam sido encaminhadas para o Hospital Evangélico de Curitiba e, por não conseguir atendimento, precisaram ir até a Maternidade Bairro Novo já em trabalho de parto.

(Informações da jornalista Luciana Zenti)

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