Indaguei ontem a uma antiga liderança evangélica de Curitiba o porquê de nenhuma indagação com marca crítica, dentre as endereçadas ao ministro Gilberto Carvalho, no café da manhã dos evangélicos com o ministro de Dilma. Havia pelo menos 120 líderes protestantes no encontro.
E a questão tinha um motivo forte: afinal, na eleição de 2010, o Paraná foi um “castelo forte” contra a então candidata a presidente da República. E o vídeo em que o pastor da Primeira Igreja Batista de Curitiba, Paschoal Piragine, condenava o voto ao PT, teve repercussão nacional, especialmente por pedir condenação ao aborto pela candidata petista. Na verdade, Dilma foi associada, e sua campanha, à legalização do aborto no Brasil.
2 – ENCONTRO AMENO
Ontem, esse velho amigo evangélico me explicava “a amenidade” do encontro com Carvalho, dizendo: “Simplesmente não fomos diretos nem agressivos, mas fizemos perguntas…” Mas é claro que as perguntas não foram marcadas pelo chamado espírito crítico, embora o momento fosse oportuno para perguntas múltiplas, algumas relacionadas a Governo da União e como encara as reivindicações dos evangélicos. Outras poderiam abranger as realidades de uma economia às vésperas da recessão, assunto que interessa a todos os ‘rebanhos’.
Sábio, portanto prudente, o evangélico disse, como quem esconde uma grande carta: “As perguntas virão na hora certa, especialmente diante dessa nominada Lei Geral das Religiões”.
Um dos pontos salientes da Lei das Religiões é conseguir para as igrejas evangélicas certas benesses que o Governo Lula concede ao Vaticano, com o acordo de 2010.
Só que isso será quase impossível (as mesmas benesses), pois o Vaticano é um Estado, um país.