sábado, 5 outubro, 2024
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RMC: lançamentos do MCMV vão aquecer mercado imobiliário

Assessoria – Depois de um 2023 marcado pelos resultados positivos no financiamento imobiliário de interesse social e, na outra ponta, nas vendas de apartamentos de alto padrão, a expectativa para 2024 é de reaquecimento do “carro-chefe” do mercado imobiliário nacional: a classe média.

Como efeito do ciclo de redução da Selic e, por consequência, da queda nos juros do crédito habitacional, a tendência é da retomada das vendas no mercado imobiliário de médio padrão, com reflexos em Curitiba e também nos municípios da Região Metropolitana, de acordo com análise do diretor da JBA Imóveis, Ilso Gonçalves.

Segundo o analista do mercado imobiliário regional e também diretor do Secovi-PR (Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná), os lançamentos do MCMV (Minha Casa, Minha Vida) também devem marcar o reaquecimento das vendas imobiliárias, com efeito não apenas nos municípios vizinhos, mas na própria capital.

Além do aumento do teto do programa para R$ 350 mil, que viabilizou a execução de habitação com interesse social em Curitiba, a expectativa de ampliação do programa para a classe média deve ter efeito positivo nas vendas imobiliárias, principalmente a partir do segundo semestre. No início de 2024, o ministro das Cidades, Jader Filho, reforçou a intenção do governo federal de criar a “faixa 4” do programa, para contemplar famílias com renda de até R$ 12 mil.

De acordo com o diretor da JBA, é esperado um volume importante de lançamentos imobiliários voltados ao MCMV em Curitiba e Região Metropolitana ao longo do ano. “Em particular, as regiões Norte e Sul da capital paranaense têm o espaço e o perfil de ocupação geográfica que permitem a expansão de empreendimentos imobiliários com as características e condições do Minha Casa, Minha Vida. Se comparado com o de outras capitais, como Goiânia, o preço da terra em Curitiba impedia a viabilização do programa e havia poucos lançamentos com essa finalidade. Agora, passou a ser  interessante fazer prédios em Curitiba para oferta de apartamentos financiados pelo MCMV. Essa é claramente uma tendência para o crescimento das vendas na capital e, com mais força, para as cidades da Região Metropolitana”, aponta.

Entre as principais vantagens do financiamento de imóveis do MCMV estão subsídios dos programas habitacionais dos governos estadual e federal: de até R$ 20 mil na entrada, por parte do programa “Casa Fácil Paraná” da Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná), e de até R$ 55 mil, por parte do governo federal. “Para sair do aluguel e realizar o sonho da casa própria, é importante aproveitar ao máximo as oportunidades trazidas por esses incentivos públicos. Além disso, os juros de financiamento do MCMV são mais baratos que os praticados nos empréstimos normais e representam uma diferença significativa na parcela do cliente, tornando, em muitos casos, a prestação mais baixa do que o valor mensal da locação”, explica.

O aumento dos preços dos aluguéis acima da inflação e alta acumulada em Curitiba de 20,70% somado ao crescimento das concessões de crédito imobiliário – de 4% em 2023 -, puxado pelo uso dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), também devem impulsionar a retomada das compras de moradias de classe média, com valores acima de R$ 350 mil, segundo o analista. A Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) prevê crescimento do uso de crédito habitacional, em 2024, da ordem de 3%. Com a soma de quase R$ 260 bilhões em concessões de crédito imobiliário no ano, o resultado pode ser o melhor da série histórica.

Outra tendência para o mercado imobiliário curitibano em 2024 é o crescimento das vendas de apartamentos compactos e super compactos para investidores. Entre os fatores que influenciam o aquecimento das vendas para investimento estão o crescimento da procura por modalidades de locação flexível, para curtas e médias temporadas, e a valorização imobiliária da capital. Dados do índice FipeZap mostraram que Curitiba está entre as cinco cidades brasileiras com maior valorização do metro quadrado nos últimos cinco anos. De 2018 a 2023, a alta foi de 56,58% na capital paranaense.

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