quarta-feira, 18 junho, 2025
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Rischbieter: Lembranças de um personagem fascinante

Karlos Rischbieter
Karlos Rischbieter

Personagem instigante da vida do Paraná, revelada ao Estado particularmente a partir dos anos 1960, quando despontou para vida pública do País, Karlos Rischbieter ganha agora justa homenagem: tem um de seus quadros como capa do número 12 da Revista Judiciária do Paraná, editada por Luiz Fernando Queiroz.

O material foi cedido por Lucas, filho do ex-ministro da Fazenda, que também foi mola mestra do extinto BADEP, tendo ocupado a presidência a da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

A sensibilidade de Luiz Fernando de Queiroz, criador e editor da Revista Judiciária do Paraná (Editora Bonijuris) ajuda assim a revalorizar o papel desse pensador da economia brasileira, ligado a mestres como Mário Henrique Simonsen, e vital na montagem da moderna economia paranaense.

ESCOLHIDO A DEDO

Nesses domínios econômicos, foi um dos auxiliares mais acatados de Ney Braga (modernizador do Paraná), que o “descobriu” ao montar seu primeiro governo (1061). Naqueles dias, Ney foi à UFPR em busca de alguns dos melhores alunos da instituição. Dessa ‘pescaria’, lembro, Ney colheu para sua equipe gente como Rischbieter e Affonso Alves de Camargo Neto, entre outros.

VÁRIOS SABERES

Capa da Revista Judiciária (Veneza - Inspirada em uma obra do mesmo nome de Paul Garfunkel)
Capa da Revista Judiciária (Veneza – Inspirada em uma obra do mesmo nome de Paul Garfunkel)

Homem que dominava vários saberes, com permanente sotaque germânico, Rischbieter era um apaixonado pela música clássica – tendo sido violinista e pianista em Santa Catarina, onde nasceu. Mas foi nas artes plásticas, talvez até por influência de seu sogro, o pintor Paulo Garfunkel (pai de Fanchette Rischbieter – Maria Francisca), que ele se revelou pintor, trabalhando muito com colagem.

TERAPIA

Brasília, quando lá morou, com sua solidão imensa, foi de alguma forma responsável pela terapia que as artes plásticas acabaram tendo na vida de Rischbieter, como ele mesmo costumava afirmar.

Num dos meus encontros com Rischbieter, ao colher depoimento gravado em DVD sobre sua vida e obra, registrei uma histórica afirmação do ex-ministro: ele disse ter tido pela primeira vez contato com a corrupção na máquina pública do país no dia em que seu pai, anos 1940 – em plena II Guerra Mundial – teve de pagar propina para livrar-se de prisão injusta, sem fundamento.

O achacador foi um delegado de polícia de Blumenau. O policial, por livre decisão, sem fundamento legal, resolvera acusar o pai de Karlos de “simpatia” ao II Reich”.

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