A reunião extraordinária do colégio de Consultores da Arquidiocese de Curitiba, presidido pelo cônego Élio D’Agnol, chanceler da Arquidiocese, realizada dia 1-7, escolheu o bispo auxiliar da cidade, dom Rafael Biernaski, para as funções de Administrador Arquidiocesano de Curitiba.
Dom Rafael, em consequência da morte de dom Moacir Vitti, dirigirá a Arquidiocese até que a Santa Sé indique o sucessor de dom Moacir.
Ele foi, antes de bispo, secretário particular de Dom Pedro Fedalto.
Dentre as funções do arcebispo, uma das mais valiosas na sociedade civil é a de ser chanceler da PUCPR.
2 – AS POSSIBILIDADES
Há muita possibilidade – dizem fontes da Cúria – de a escolha do sucessor recair sobre o próprio Dom Rafael.
E a explicação seria a seguinte: a) dom Rafael Biernaski passou anos no Vaticano, atuando no organismo da Santa Sé diretamente ligado à designação e bispos. Tem muito trânsito no Vaticano; b) possui doutorado canônico conseguido em Roma; c) vem de uma ampla tradição familiar de sacerdotes e bispos (dentre eles, dom Ladislau Biernarski, in memoriam, que foi bispo de São José dos Pinhais);
3 – “TRADIÇÃO” PESA
E ainda mais: d) pesa igualmente em favor de dom Rafael uma certa “tradição” que vai se firmando em Curitiba: dom Pedro Fedalto foi secretário e depois bispo auxiliar de dom Manuel da Silveira D’Elboux, até ser escolhido sucessor dele; o mesmo ocorreu com dom Moacir Vitti, que era bispo auxiliar de dom Pedro, quando este aposentou-se em cumprimento ao que determina o Código de Direito Canônico (idade limite).Essa sucessão tem importância em Curitiba, onde 74% da população se declaram católicos.
4 – ITALIANOS VERSUS POLONESES
Para os observadores do mundo étnico-religioso, há um dado curioso e sutil a ser considerado: boa parte do clero secular (são os padres formados na e pela Arquidiocese de Curitiba) descende de poloneses. Diria que são 40% dos padres.
E a História mostra que depois da primeira fase do bispado, em que predominaram bispos e arcebispos de origem portuguesa, houve uma sucessão de “bispos italianos”. Coroada, agora, com dom Moacir.
A indicação de Biernaski poderia ser encarada como “atendimento a uma antiga e silenciosa reivindicação do clero de origem polonesa”, diz um padre da Cúria de Curitiba, pedindo anonimato. Mais que reivindicação, a questão envolveria mesmo uma ‘guerra surda’ entre os dois grupos étnicos. A conferir.