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O crescimento empresarial no Estado do Paraná

Aline Mara Gumz Eberspacher* – Nos últimos anos, o Estado do Paraná tem testemunhado um notável aumento no número de empresas estabelecidas em seu território. Esse fenômeno não apenas reflete a resiliência da economia paranaense, mas também indica um ambiente propício para o empreendedorismo e investimento. Segundo dados da Jucepar (Junta Comercial do Paraná) o primeiro trimestre de 2024 registrou a abertura de 79.667 novas empresas no estado, representando um crescimento de 0,31%, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, o crescimento do Estado do Paraná ficou acima da média nacional, que foi de 3,3%, e foi o maior do Sul do Brasil. O setor de prestação de serviços teve um crescimento de 8,5% no volume de atividades, se comparado com o mesmo período de 2023. Neste cenário de desenvolvimento, a agroindústria que já é tradicional no Estado, continua a atrair investimentos com um crescimento de 5,4%. Os parques tecnológicos como o Vale do Pinhão, em Curitiba e o Biopark, em Toledo, integram educação, pesquisa, negócios e impulsionam o desenvolvimento das regiões.

É evidente que o aumento do número de empresas no Paraná é resultado de um ambiente favorável aos negócios, impulsionado pelo Governo Estadual, através de incentivos fiscais, linhas de crédito facilitadas e programas de apoio ao empreendedorismo. Além disso, o Paraná tem investido em infraestrutura, melhorando as condições logísticas para as empresas e acesso ao Porto de Paranaguá, facilitando a distribuição dos produtos, tanto no país, quanto para o exterior. Essas medidas não apenas fortalecem a competitividade das empresas locais, mas também contribuem para o crescimento econômico sustentável do Estado.

Embora os números possam sugerir uma tendência positiva, o Paraná ainda enfrenta consideráveis desafios em algumas regiões mais remota. A persistente burocracia e a deficiente infraestrutura continuam a ser obstáculos significativos para o desenvolvimento em algumas localidades. Essa disparidade socioeconômica e cultural no Estado resulta na formação de verdadeiras ilhas de prosperidade, onde o desenvolvimento, a riqueza e a qualidade de vida são evidentes, contrastando drasticamente com áreas carentes de oportunidades econômicas e sociais. Por exemplo, em Laranjal, cidade localizada na região central do Estado, com aproximadamente 7.000 habitantes, tem índices de IDH inferior ao do Guiné Equatorial, e a renda média domiciliar no município é de 58% do salário mínimo nacional. É inegável que essa desigualdade é um reflexo não apenas da disparidade na distribuição de recursos e investimentos, mas também da falta de políticas públicas eficazes para enfrentar esses desafios de forma abrangente. A concentração de recursos e serviços em determinadas áreas amplia ainda mais o abismo entre as regiões privilegiadas e aquelas que lutam para progredir.

Portanto, é crucial que sejam implementadas medidas que promovam a descentralização do desenvolvimento e a equidade territorial. Isso implica não apenas em investimentos em infraestrutura básica, como estradas, energia e comunicações, mas também em programas e políticas que estimulem o empreendedorismo local, a criação de empregos e o acesso a serviços essenciais, como saúde e educação de qualidade. Em suma, para que o Paraná alcance seu pleno potencial de desenvolvimento, é fundamental enfrentar de maneira decisiva essas disparidades regionais para construir um Estado mais justo, próspero e inclusivo para todos os paranaenses.

Prof. Aline Mara Gumz Eberspacher é Doutora em Sociologia pela Université Paul Valéry, Montpellier, França, e Coordenadora de cursos de pós-graduação no Centro Universitário Internacional Uninter

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