Ao dar velado apoio ao grupo Estado Islâmico (EI), nações do Ocidente interessadas em tirar proveito das tensões geopolíticas do Oriente podem estar cometendo o mesmo erro que os Estados Unidos protagonizaram ao armar Bin Laden para combater a invasão soviética no Afeganistão.
Como se sabe, neste caso, o feitiço virou contra o feiticeiro. Foi ali que nasceu a Al Qaeda, facção que, em nome de um falso islamismo, acabou por se virar contra os Estados Unidos.
O ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001 foi o seu feito mais trágico.
2 – UM NOVO MONSTRO EM GESTAÇÃO
Não está fora das cogitações do professor Masimo Della Giustina, da PUCPR, que, ao proteger o EI para manter o clima beligerante entre os países árabes visando a defender os grandes interesses de suas indústrias bélica e petrolífera, o Ocidente esteja alimentando a criação de um novo e mais poderoso monstro, tão ou mais sanguinário que a Al Qaeda.
Por enquanto, o EI domina o noticiário com ações episódicas (sequestros, decapitações, ataques às regiões curdas…), mas pode não demorar muito o tempo em que Estados Unidos e outros países ditos cristãos e democráticos sofrerão consequências ainda piores do que o recente e traumático atentado ao Chalie Hebdo.
3 – DEPOIMENTO COM ISKANDAR
Masimo Della Giustina é professor de Economia, fez graduação e doutorado em Economia na London Economic School, e é sempre referência em política internacional. Conhecedor aprofundado de geopolítica, na semana ele estava gravando depoimento – junto com o professor Jamil Iskandar, filósofo e especialista em Islamismo – depoimento para emissoras internacionais de TV. O tema, naturalmente, geopolítica mundial.