Por Antenor Demeterco Júnior
Surgiu no mercado um novo livro sobre os crimes nazistas, de autoria de dois escritores alemães, Sönke Neitzel e Harald Welzer, sob o título “Soldados: sobre lutar, matar e morrer”.
Fizeram eles um apanhado das conversações dos militares alemães prisioneiros dos aliados, conversas estas colhidas via escutas clandestinas.
Verdadeiras confissões foram obtidas indiretamente das atividades genocidas das forças armadas alemães, Wehrmacht e SS.
Os crimes confessados atingem, inclusive, mulheres e crianças.
Foi mencionado no livro o célebre general da Primeira Guerra, Ludendorff (1865-1937), verdadeiro gigante militar e, na realidade, um anão político.
Os dois autores do livro, em uma de duas oportunidades, usam o sobrenome do general incorretamente, como sendo “von” Ludendorff.
Tal detalhe não tem o mínimo interesse histórico, mas duas ações do personagem desataram forças políticas sinistras, que foram decisivas para os piores morticínios do século XX.
Combatendo a Alemanha em dois frontes em 1917, o desabamento do setor russo, era de capital importância.
A solução veio com o encaminhamento de revolucionário para as terras do czar, por decisão de Ludendorff, ocasião em que Lenine teve seu encontro com a história (cf. “Ludendorff”, de D.J. Goodspeed, p. 231).
E Ludendorff consumou assim, sua primeira falta de visão histórica, trazendo o bolchevismo, vitorioso na Rússia, para ameaçar a desintegração de seu próprio Exército.
As aspirações universais do comunismo receberam o chute inicial na decisão do general. Nova ofensiva desastrosa patrocinou ele, em 1923, quando se alinhou a um agitador bávaro de origem austríaca, para um golpe de Estado.
Emprestou seu famoso nome à atuação de um discursador raivoso, em ato que chamou a atenção da imprensa nacional.
Adolf Hitler, passou de político local a nome nacional, quando em julgamento judiciário circense, transformou-se na principal figura.
Ludendorff com os seus tropeços pode ser colocado na galeria dos homens mais nefastos do século XX.
Lenine e Hitler muito deveram à ingenuidade dele.
Seu nome, mesmo sem o aristocrático “von”, era pomposo, Erich Friedrich Wilhelm Ludendorff.
Passou seus últimos anos vociferando fora do esquadro, contra o cristianismo, os jesuítas, os judeus, os marxistas, os maçons, etc.