segunda-feira, 20 janeiro, 2025
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“Não cabe a mim decidir de quem é a Crimeia”, diz Lula

Agência DW – Embora defenda a integridade territorial da Ucrânia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recusou nesta quarta-feira (26), em Madri, a dizer a quem ele considerava que os territórios ucranianos da Crimeia e de Donbass pertenciam.

“Não cabe a mim decidir de quem é a Crimeia. Não sou eu que vou discutir isso, quem discute isso são os russos e ucranianos. Primeiro para a guerra e depois resolve. Tem que parar primeiro a guerra”, afirmou Lula ao ser questionado por jornalistas durante coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em Madri.

“Estou incomodado com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Condenamos a violação territorial da Ucrânia. Mas agora não adianta dizer quem está certo e está errado, a guerra precisa parar”, disse o presidente um pouco antes, durante o discurso.

Na coletiva que ocorreu após o encontro entre os dois líderes, Lula pontuou várias vezes que o Brasil defendia a integridade territorial da Ucrânia e sugeriu novamente a criação de uma espécie de G20 da paz para negociar o fim do conflito, que teve início com a invasão russa.

Negociações de paz

Ele voltou a afirmar que o Brasil sempre condenou a ocupação territorial da Ucrânia e disse ser o único líder mundial que estaria buscando negociações de paz. “Não tem ninguém falando em paz, a não ser eu que estou gritando paz, como se estivesse isolado no deserto.”

Lula também disse que a ONU já deveria ter convocado sessões extraordinárias para debater a guerra e falou da recusa do Brasil em fornecer armamentos para a Ucrânia. “Não vamos vender porque, se a Ucrânia usar um míssil e matar um russo, o Brasil vai entrar na guerra, e o Brasil não quer entrar na guerra.”

Já Sánchez parabenizou o Brasil pela inciativa de paz e destacou que o país defende a integridade territorial da Ucrânia. “Isso é importante. O Brasil respeita soberania de povo que está sendo agredido, que é o ucraniano”, ressaltou.

Acordo comercial

O acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul também foi tema do encontro entre os líderes. Tanto Sánchez quanto Lula mostraram otimismo de que o pacto seja concluído em breve.

“Se fosse fácil o acordo, já teríamos feito. O acordo mexe com o interesse da sociedade. O Brasil também tem seus interesses. Com Sánchez na presidência da União Europeia, temos chances de fechar esse acordo”, pontuou Lula.

O premiê espanhol disse que alguns parceiros europeus relutam em aprovar o acordo, mas ele prometeu tentar convencê-los a dar luz verde para o pacto. “Apesar dos obstáculos, temos uma oportunidade agora porque a Europa precisa de aliados. Vamos trabalhar para acabar com as dúvidas. E teremos uma conjuntura para atingir um acordo importante”, pontuou.

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