quarta-feira, 22 janeiro, 2025
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Lélio numa surpreendente manhã de autógrafos

Lélio: com o filho, Alan
Lélio: com o filho, Alan

Lélio Sotto Maior Junior gastou tinta de caneta autografando, hoje (4) pela manhã, “Mini críticas de bolso”, o seu mais recente livro a respeito do legado de alguns diretores de cinema. Das 10 horas ao meio-dia, dezenas de exemplares que ele levou para o hall térreo da Biblioteca Pública do Paraná se esgotaram. O autor ficou espantado. “Não esperava que tanta gente viesse”, diz. “Agora, vou fazer nova tiragem e, em breve, pretendo realizar uma outra sessão de autógrafos”, afirma. O diretor do Museu e da Imagem do Som do Paraná (MIS-PR), Fernando Severo, e Peggy Paciornik foram algumas das personalidades curitibanas que prestigiaram o evento.

2 – VIDA RECLUSA

Lélio, que vive uma vida reclusa, agora morando em apartamento (nunca fornece endereço ou telefone), mas criou-se e viveu por muitos anos numa senhorial casa da família Sottomaior, no Juvevê.

Não usa celular, não trabalha com a Internet, não tem endereço digital.

Quando escreve, usa uma velha Remington.

As poucas pessoas que tiveram o privilégio de visitá-lo, chegaram a ele por meio de Alan, o filho dele.

Um desses raros visitantes, assombrou-se com o tamanho da filmoteca de Lélio, em que prevalecem filmes escolhidos a dedo, grandes momentos do cinema, com Truffaut, Ford, Eisenstein.

Os DVs e as fitas lá cassetes contam-se às centenas.

Certo dia, ele concedeu a um visitante privilegiado o direito de assistir a filmes pedidos, lá mesmo. Não pôde tirar cópias.

3 – À GAY TALESE

Peggy Paciornik
Peggy Paciornik

Quem observou a alegria de Lélio no lançamento de seu novo livro, anotou que ele continua comunicativo, estabelecendo logo empatia com as pessoas, quase sempre a partir de uma indagação-padrão: “Qual é seu signo?”

Depois de descobrir o signo do interlocutor, usa uma espécie de resposta-padrão: “Muito bom”. Para ele, todos os signos são ‘muito bons’.

Há muitos anos não ocorria lançamento de livro de um autor tão significativo em período da manhã, em Curitiba. Essa escolha do período matinal foi ressaltada pelo azul do trajar de Lélio: “Ele vestia um terno à Gay Talese”, observou um amigo da coluna.

E com o já característico chapéu Panamá do mais reputado crítico de cinema curitibano.

4 – “CINEMATÓGRAPHO”

Fernando Severo
Fernando Severo

De minha parte, uma honra: Lélio fez questão que o primeiro autógrafo de seu Mini-Críticas fosse a mim dedicado. Entregou o exemplar ao comum amigo, o jornalista Márcio Renato dos Santos (não pude estar presente). E cravou uma expressão que outrora alguns amigos – como ele e membros do inicial grupo de Leminski – usavam para me identificar: “O poderoso Chefão”.

Lélio, graças, está muito estimulado e animado. Disse pretender reeditar seus antigos livros, sendo que a primeira reedição será do antológico “Cinematógrapho”, de 1991, o qual reúne críticas de filmes que marcaram gerações. Ainda não sabe onde fará os lançamentos. Talvez na BPP, ou no Museu Guido Viaro.

O filho de Lélio, Alan, 40 anos, acompanhado da namorada, cuidou de todos os detalhes da manhã de autógrafos.

Formado em Letras – com mestrado na área – Alan hoje conduz sua empresa de treinamento, para profissionais e empresas. É a Sottomaior Treinamento em Inglês.

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