sexta-feira, 13 junho, 2025
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Dores de cabeça afetam mais de 140 milhões de brasileiros

Assessoria – Dados do Ministério da Saúde revelam que a cefaleia – termo médico para a dor de cabeça – figura entre as sete doenças mais incapacitantes do mundo e é o quarto motivo mais frequente de atendimentos em unidades de emergências em todo o planeta. A Sociedade Brasileira de Cefaleia estima que 140 milhões de pessoas sofram desse mal no país.

Ainda que fatores como estresse, excesso de álcool ou longos períodos sem se alimentar possam causar dor de cabeça, existem mais de 150 tipos catalogados pela medicina variando em origem, intensidade e frequência.

Enquanto algumas são passageiras e facilmente controláveis, outras podem ser crônicas, incapacitantes e sinalizar condições graves, conforme explica Elcio Juliato Piovesan, neurologista e médico cooperado da Unimed Curitiba.

“As dores de cabeça são divididas em dois grandes grupos: as cefaleias primárias e secundárias. No primeiro, não há doenças pré-existentes, ou seja, são as enxaquecas e as dores do tipo tensão. Já no segundo grupo, as dores indicam ser sintomas de outras doenças, como tumores, aneurisma, sinusopatias, inflamações crônicas, problemas nas articulações, distúrbios do sono e outras comorbidades”, explica.

Quando buscar ajuda

Para o neurologista, é preciso procurar um médico quando as dores persistem por mais de três dias no mês, por no mínimo três meses. “Pode ser uma enxaqueca, mas o paciente pode estar se tornando crônico ou ainda pode indicar outras doenças”, detalha.

Além da frequência é preciso estar atento à forma das dores, que são:

  • Unilaterais fixas: quando dói somente em um lado
  • Que acordam o paciente de madrugada
  • Que se intensificam após exercícios físicos, esforços ou depois de espirros, tosse e gargalhadas
  • Que não passam mesmo com analgésico comum
  • Que iniciam e atingem sua intensidade máxima em menos do que 60 segundos
  • Associadas a perda de peso ou febre noturna
  • Em pacientes que usam imunossupressores
  • Após trauma recente
  • Que são acompanhadas de desmaios ou sensação de desmaio
  • Que começam depois dos 55 anos
  • Associadas a quadros de febre
  • Associadas a visão dupla, perda equilíbrio, de coordenação, de força muscular e sensibilidade
  • Associadas a perda de memória.

Cuidado com a automedicação

A facilidade no acesso a analgésicos pode levar a efeitos contrários aos buscados pelos pacientes. “O uso excessivo pode induzir um quadro de cefaleia secundária. Deve-se ter muito cuidado e não utilizar opioides para o tratamento das dores de cabeça, a não ser em casos específicos, pois causam dependência”, afirma o especialista.

A adoção de hábitos saudáveis como ter uma alimentação equilibrada, controlar situações de estresse, fazer exercício físico e evitar cigarro e consumo de bebida alcoólica pode ajudar a prevenir as dores de cabeça. Além disso, reforça o médico, é preciso identificar e evitar fatores desencadeadores de crises. “O controle de alimentos gordurosos e inflamatórios, como os derivados do leite e do glúten, podem também auxiliar na prevenção”, finaliza.

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