quinta-feira, 3 outubro, 2024
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Contra “mesmices”, mestre gaúcho recomenda leitura de Márcio

Márcio Renato dos Santos
Márcio Renato dos Santos

Lançado no início de junho, antes da Copa do Mundo, o livro 2,99, do escritor Marcio Renato dos Santos, vem encontrando leitores em vários pontos do país. O professor da Universidade de Caxias do Sul João Claudio Arendt leu o livro e afirma: “Leitura recomendada aos amantes da narrativa enxuta.” Mais que isso. Arendt ainda diz: “Há em 2,99 uma voz autoral que se afirma como alternativa frutífera à mesmice dos modismos literários atuais.”

Arendt não é o único a ler e a se entusiasmar com 2,99.

CONTRA “MESMICES” (2)

Aguinaldo Medici Severino, professor da Universidade Federal de Santa Maria, leu e resenhou o livro de Marcio Renato dos Santos – conteúdo publicado no blog Livros que eu li. “As histórias são curtas e convincentes”, elogia Severino. “Os contos não são verborrágicos, nem servem de plataforma para longas teorias sociológicas e/ou psicológicas.

Eles apresentam situações corriqueiras – que estão sempre no limite da estranheza ou da loucura, mas nunca se abrigam na irrealidade ou no fantástico”, escreveu o estudioso, que ainda acrescenta: “Dezesseis invenções (são 16 contos no livro) onde o leitor acompanha sempre um narrador muito curioso do destino das pessoas que encontra ao acaso (e boa parte desta curiosidade o Marcio Renato dos Santos alcança transferir ao leitor através de sua boa prosa).”

Capa do livro 2,99
Capa do livro 2,99

Mas não são apenas os acadêmicos que se empolgam com a ficção do autor curitibano. O escritor sergipano Antonio Carlos Viana, considerado um mestre do conto, leu 2,99. “Sei como é difícil escrever conto. Cada um tem de ser redondo, sem brechas, e isso você faz com toda segurança, como quem não faz esforço, mas eu conheço bem esse disfarce de fazer a coisa fluir para o leitor como se a gente não tivesse desprendido muito esforço, mas tudo é fruto de muito trabalho, de muito artesanato. Mas se não for assim, adeus, literatura”, escreveu Viana, editado pela Companhia das Letras e autor, entre outros, de Cine privê — vencedor do prêmio APCA 2009 de melhor livro de contos.

CONTRA “MESMICES” (3)

Publicado pela Tulipas Negras Editora, editora curitibana, 2,99 circula em todo o país, metade da tiragem de 1mil exemplares já foi vendida, mas até o momento nenhum jornal ou revista publicou resenha sobre a obra. O autor não reclama. “É assim mesmo. 2,99 saiu por selo pequeno e o espaço, na imprensa, é difícil. Mas o livro circula: é o que importa. Já enviei e estou enviando para escritores, professores e leitores de todo o país”, diz Marcio.

2,99 está à venda na Livrarias Curitiba, na Poetria Livros e na Arte & Letra por R$ 30. Chama atenção, no entanto, um outro fato: por que ninguém ainda fez um matéria sobre a origem do nome da editora? Afinal, Tulipas Negras foi uma “sociedade secreta” curitibana da metade do século 20 que, diz a lenda, foi frequentada por pessoas que se tornaram famosas na cidade, algumas delas ainda vivas. Por que o silêncio sobre as, ou melhor, “os” Tulipas Negras?

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