Assessoria – O mês de novembro é aguardado por muitos consumidores devido à Black Friday. A data surgiu nos Estados Unidos e marca a reabertura do comércio após o feriado de Ação de Graças (toda última quinta-feira do mês). No Brasil, país em que o feriado não existe de maneira formal, as empresas aproveitaram o calendário do evento para também oferecer uma série de descontos.
Muitas pessoas esperam até a data para comprar itens necessários e, em muitos casos, não necessários, aproveitando os descontos pretensamente oferecidos pelas lojas e prestadores de serviços. A empolgação em busca de oportunidades pode levar ao consumo excessivo, porém a Black Friday também pode ser uma oportunidade para repensar o consumo, considerando o impacto ambiental de cada compra. Optar por produtos duráveis, recicláveis e de empresas comprometidas com práticas sustentáveis é essencial nesse processo.
Os resultados da pesquisa Consumo Consciente 2024 apontam que 94% dos brasileiros entrevistados adotam alguma prática de consumo para combater o desperdício de recursos, sendo que, destes, 29% têm a prática mais sustentável como padrão de consumo, o que inclui fazer pesquisas de preço é ser moderado ou econômico no momento de uma compra. Ao considerar o público feminino (67%), o ato de pesquisar é maior do que entre os homens (61%).
A pesquisa revelou ainda que as certificações socioambientais como, por exemplo, Produtos Orgânicos Brasil, Selo FSC, ISOs, NBRs, dentre outras, são importantes para a maioria dos consumidores: a cada 100 pessoas, 58 consideram os selos e as certificações relevantes, sendo extremamente importantes para 21% dos entrevistados. A questão é que o consumo consciente vai além do desperdício e selos ambientais.
Responsabilidade no momento da compra
O consumidor consciente é aquele que considera, ao adquirir um produto, o meio ambiente, a saúde humana e animal, as relações justas de trabalho, além de questões como preço e marca. E que também pode ser um agente transformador da sociedade por meio do consumo.
A advogada Carol Gusi, mestra em Gestão Ambiental e idealizadora da Galeria Panaceia, um espaço colaborativo com nove ambientes internos, além de horta e bosque, voltado para o fomento da sustentabilidade e inovação, fala sobre essa transformação do consumo. “O consumo consciente não é sobre deixar de consumir, mas sobre consumir melhor e com menos impacto, evitando excessos e desperdícios. Hoje temos muitas opções de produtos sustentáveis e as empresas entenderam a necessidade de se adaptar e produzir de forma consciente. É um movimento necessário e urgente”, afirma.
Ao idealizar a Galeria Panaceia, localizada no Ahú, em Curitiba, Carol consultou diversos profissionais, de diferentes áreas, para que o projeto da construção verde fosse realizado. Desde a estrutura até a iluminação, os requisitos para a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), uma ferramenta de certificação internacional que busca incentivar e acelerar a adoção de práticas de construção sustentável, foram respeitados.
Quem visita a Galeria Panaceia, além de conhecer a construção e opções de materiais para mobiliário, se depara com produtos alinhados com as questões ambientais. Na loja conceito, é possível encontrar produtos, marcas e artigos que passam por uma curadoria interna para que possam ser expostos na galeria. “A Panaceia foi pensada para ser um ambiente de ideias para um futuro mais sustentável, sendo assim, tudo o que é comercializado aqui deve seguir o mesmo propósito. É muito importante que existam mais espaços voltados para esse tipo de produto. Quanto mais locais ofertando, mais a sociedade terá acesso e conhecimento e, automaticamente, o consumo aumenta”, explica a advogada.
Dicas de práticas sustentáveis
Iniciativas simples podem ser adotadas para colaborar com a saúde do planeta. Confira algumas dicas:
- Utilizar sacolas de pano;
- Analisar a real necessidade de compra;
- Optar por bens duráveis;
- Escolher embalagens recicláveis, biodegradáveis ou reutilizáveis;
- Dar preferência ao comércio local e quem produza por demanda;
- Escolher produtos feitos de materiais renováveis: como madeira certificada, lã e seda;
- Optar por produtos com classificação energética A ou superior;
- Verificar as práticas sustentáveis da empresa.
O consumo sustentável se consolida quando nossas escolhas de compra são conscientes, responsáveis, entendendo o impacto das consequências ambientais e/ou sociais de cada uma de nossas escolhas.