Assessoria – A arte salva, a arte resgata e a arte faz com que as pessoas sintam pertencimento. Esse é objetivo do “Pomar – Festival de Teatro”, que faz sua estreia em Arapoti, nos Campos Gerais do Paraná. Em setembro, a população da cidade vai ter acesso a peças e oficinas que vão reforçar a importância da arte na vida de todos nós, inclusive em áreas distantes das grandes capitais. O melhor? De graça!
Ao todo, a programação inclui cinco peças teatrais – com 11 apresentações -, que abordam os mais diversos temas. As peças serão apresentadas do dia 17 até o dia 21 de setembro. Além disso, serão oferecidas duas oficinas de formação, com atividades nos dias 16 e 18 de setembro. A mostra ficará em cartaz na Asfuca (R: Luiz Pinheiro, 99) e também na Linha Verde (próximo ao chafariz). O projeto é aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná, com recursos da lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura – Governo Federal.
A atriz, produtora e arte-educadora Juliana Cordeiro, uma das organizadoras do Pomar – Festival de Teatro, reforça que o objetivo do evento é promover o fortalecimento da cultura na cidade de Arapoti e também na região, das cidades que ficam no entorno.
“Assim, a gente visa incentivar a formação de plateia, com apresentações agendadas para crianças e jovens e educadores de escolas e instituições municipais, e outras abertas da comunidade em geral. O nosso evento proporciona um momento para ser compartilhado em família, e pela primeira vez o público da cidade poderá conhecer e usufruir do recurso de acessibilidade de audiodescrição, além do recurso de acessibilidade em libras também”.
Como destacou Juliana, além de gratuita, a programação é totalmente inclusiva. Isso porque de nada adiantaria um festival deste porte sem permitir o acesso a todos que queiram sentir a energia do teatro. “Estamos imensamente felizes de poder proporcionar uma programação inteira com acessibilidade. Porque isso permite que o nosso festival não exclua ninguém da programação. Libras atenderá aos surdos e a audiodescrição permitirá que as pessoas com alguma deficiência visual, autistas, disléxicos e também idosos, possam vivenciar esse momento”.
Além da programação em libras e audiodescrição, o Pomar também prevê a transmissão ao vivo de dois espetáculos, via YouTube, com libras e audiodescrição também. Dessa forma, o evento chega ainda mais perto daquelas pessoas que, por algum motivo, não puderam comparecer ao evento.
Sensação de pertencimento
O festival surge com a ideia/objetivo de fortalecer a presença dos jovens e fazer com que sintam vontade de se envolver nos projetos teatrais e ficar em suas regiões. Sabe aquela coisa de sentir que são acolhidos e que têm espaço? Juliana destaca que essa é a principal busca.
“O Pomar Festival de Teatro nasce da ideia de desenvolver o pertencimento a um lugar. Fazendo uma analogia: a gente é como uma árvore, que quando vive de uma maneira saudável, a gente consegue fazer crescer as suas raízes e se nutrir daquela terra, para então poder gerar seus frutos e alimentar aqueles que vivem à nossa volta”.
Ao longo do tempo de profissão, e até mesmo da experiência em sala de aula, Juliana já percebeu que muitos dos jovens acabam indo embora das cidades pequenas, ou se perdendo no meio do caminho por não terem recursos para o desenvolvimento dos seus sonhos. O festival quer promover esse reencontro com a essência destas pessoas.
“A gente almeja, com a primeira edição, que ela possa ser um nutriente. E assim fortalecer a ideia de pertencimento e poder de transformação que cada um possui. A gente acredita que a arte é fundamental para o bom desenvolvimento dessas sementes, que são esses jovens em formação”.
Peças e oficinas gratuitas
Como o teatro é pouquíssimo difundido na região, nada melhor do que uma programação que envolva a cidade e que seja gratuita. Foi por isso a organização entendeu que oferecer os espetáculos e oficinas gratuitamente seria o caminho.
“Nossa cidade não tem uma programação contínua. Quase nenhum espetáculo vem pra cá, então as pessoas não têm o hábito de ir lá e assistir, e muito menos consumi-lo, seja pagando o ingresso. Então, nesse momento, a gente está empenhado em formar plateias primeiro, porque a gente acredita que o acesso gratuito é um fator importante para democratizar”.
Ao mesmo tempo, o festival também quer mostrar às pessoas a importância de que haja recurso, como a lei Paulo Gustavo, que permite o acesso à arte.
“O ingresso gratuito, a gratuidade de toda a programação, é porque nós conseguimos um recurso para cobrir todos os gastos do festival. É importante, porque às vezes as pessoas acham que o artista trabalha de graça. Não, eles estão recebendo envolvidos ali na produção do festival”.