segunda-feira, 10 fevereiro, 2025
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A luta antirracista três anos após a morte de George Floyd

Agência DW – Nove minutos e 29 segundos chocaram o mundo exatos três anos atrás. Um vídeo feito com celular por um transeunte em Minneapolis, nos Estados Unidos, se tornou um documento do horror. Ele mostrava o policial branco Derek Chauvin pressionando o joelho contra o pescoço de George Floyd, que, por sua vez, implorava para que pudesse respirar e pedia ajuda à mãe. Enquanto isso, os colegas de Chauvin – Alexander Kueng, Tou Thao e Thomas Lane – observavam inertes. Em decorrência disso, segundo a conclusão da autópsia, Floyd ficou inconsciente e morreu.

O crime desencadeou protestos contra o racismo e a violência policial que acabaram ultrapassando as fronteiras dos EUA. Em muitas cidades americanas, o estado de emergência decorrente daquele 25 de maio de 2020 durou dias ou semanas. A raiva acumulada ao longo de décadas de assédio cometido por policiais brancos e a frustração com o racismo estrutural incansavelmente denunciado irromperam em revoltas violentas, barricadas em chamas e cidades do interior devastadas.

Chauvin e colegas condenados

Joe Biden, que menos de um ano depois do crime sucedeu o então presidente Donald Trump na Casa Branca, prometeu justiça, reformas estruturais na polícia e até o fim do racismo se fosse eleito.

Outros dois anos se passaram, e muito aconteceu. Em dois julgamentos diferentes, Chauvin foi condenado por assassinato e violação dos direitos constitucionais de Floyd, com penas que somam mais de 40 anos de prisão. Ele já está cumprindo a sentença, assim como seus colegas, que também foram condenados por violar direitos civis constitucionais. Outros processos ainda estão pendentes.

É pelo menos um vislumbre de justiça. Muitos especialistas concordam que o veredito provavelmente não teria sido tão claro se não houvesse um vídeo como prova. Até hoje, policiais brancos costumam se livrar de seus atos desumanos porque muitos acreditam neles, e não nas vítimas negras ou seus familiares.

Lutas de poder burocráticas

Há alguns dias, o jornalista Robert Samuels recebeu o Prêmio Pulitzer por seu livro His name is George Floyd (Seu nome é George Floyd). Em entrevista à DW, ele afirma que Biden, inclusive após assumir a presidência dos EUA, prometeu diversas vezes implementar grandes reformas na polícia, mas nada aconteceu.

“As coisas nunca são tão fáceis em Washington”, diz Samuels. “Embora haja muita solidariedade neste país para acabar com o racismo estrutural e evitar que algo assim volte a ocorrer, a reforma ficou atolada em lutas de poder burocráticas.”

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