Morreu na quinta-feira e foi sepultado na sexta o procurador de Justiça estadual aposentado Luiz Carlos Delazari, que no último governo Requião ocupou a posição de Ouvidor do Estado.
Luiz Carlos era pai do ex-secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari. Bom conselheiro, prudente, Delazari era tido como das poucas vozes que poderiam acalmar – em situações de conflito – o governador Requião. Ele foi sempre identificado com o PMDB, e, antes, com o antigo MDB. Na juventude fez política universitária, sempre alinhado entre os que se opunham ao regime militar de 64.
LUIZ CARLOS (2)
No volume 1 de meu livro Vozes do Paraná, escrevendo sobre Delazari, disse: “Se governador é o guardião do Estado, Luiz Carlos Delazari, corregedor e ouvidor do Paraná, é identificado como “o zelador da coisa pública”, olhos e ouvidos do Estado. Para os afeitos aos clássicos, ele lembraria Catão, o primeiro pensador importante da literatura latina, notabilizado pelo espírito de austeridade, personagem íntegra, de forte sentido moral. Difere do legendário romano num dado substantivo: o corregedor e ouvidor jamais foi censor, é o democrata revelado em lutas estudantis, passagem por prisão no DOPS mineiro e militância bem sofrida nos tempos do “velho MDB de guerra”, partido que foi forte instrumento para a redemocratização do país pós 64”.