Assessoria – Fãs curitibanos da banda Mötley Crüe agora têm um novo motivo para circular pelos bares de rock da cidade: a Madame Crüe. Com repertório fiel e presença de palco marcante, o grupo é o único tributo à banda californiana no Paraná — e um dos poucos no Brasil. Até então, os amantes locais do glam metal andavam um tanto órfãos.
“Nós viemos mesmo para ocupar esse espaço e estamos descobrindo muitos fãs do Mötley que começaram a nos seguir nas redes sociais e acompanhar nossa agenda de shows”, conta Larissa Carangi, vocalista e idealizadora da banda. A falta de outros tributos, acredita, é por conta da grande dificuldade das canções originais, com vocais desafiadores, guitarras com riffs complexos e solos velozes, além da bateria potente e performática.
Detalhes cuidadosamente pensados
Performance, aliás, é outro diferencial da Madame, como é carinhosamente chamada pelos integrantes e pelos fãs que ganha a cada apresentação. Os figurinos e a movimentação de palco são cuidadosamente pensados – show a show – para lembrar os lendários Vince Neil (vocal), Mick Mars (guitarra), Tommy Lee (bateria) e Nikki Sixx (baixo). Um dos momentos mais marcantes é quando os homens – e não as mulheres, em geral objetificadas nesse universo – são chamados a dançar no palco, ao som de “Boys, boys, boys”, releitura genial de “Girls, girls, girls”.
E a estratégia funciona muito bem. O público vem pedindo a presença da banda nas casas e também em festivais. “Têm sido surpresas muito boas”, avalia Larissa. “Era o que a gente queria quando começou, trazer mais evidência e valorização para a cena de bandas cover da cidade”, completa.
Mais que um tributo
A administradora Talia Miranda Pinot e o seu namorado, o atendente de telemarketing Matheus Willian Moreira Dias Laurek, buscavam covers que tocassem ao menos uma música do Mötley Crüe e resolveram conferir quando souberam que haveria um tributo todo dedicado à banda em um show no Tork n’ Roll. “Saímos apaixonados, a Madame Crüe tem o poder de levantar uma multidão. Em cima do palco e fora dele é nítido e quase palpável o carinho e respeito que eles têm por cada fã”, conta Talia. “Se pedir foto, eles fazem e te dão uma palheta. Sabemos bem, temos três”, completa.
A arquiteta e urbanista Luana Caroline Crisan conheceu a banda pelo perfil do Instagram e o que mais chamou a atenção foi a maior parte dos integrantes serem mulheres, algo raro no rock’n’roll, de acordo com ela. “Para melhorar, era um cover de uma das minhas bandas favoritas”, lembra. “A Madame ocupa um lugar muito especial, é o momento de estar junto dos meus amigos, conversar sobre os nossos ídolos, cantar as músicas e, é claro, vestir nosso melhor look hard rock”, destaca ela, que foi a grande vencedora de um concurso de looks promovido pela banda no último show no Claymore Highway.
Como tudo começou
A ideia da Madame Crüe começou a tomar forma em 2019, quando Larissa Carangi, vocalista e atriz profissional, sentiu falta de um tributo que unisse o peso e a diversão do hard rock oitentista com o protagonismo feminino no palco. O projeto ficou em pausa durante a pandemia, mas voltou com força total para ocupar um espaço inédito na cena curitibana: o de um tributo completo ao Mötley Crüe — com identidade própria e uma pegada empoderada.
O objetivo era criar uma experiência cativante, que envolvesse o público tanto musical quanto visualmente, e também desse mais liberdade para as mulheres curtirem esse universo glam com autenticidade. A atual formação da Madame Crüe conta com Larissa Carangi (vocais), Melany Sue (bateria), Pazu Sixx (baixo) e Gu Lepard (guitarra).
Formado em Los Angeles no início dos anos 80, o Mötley Crüe é um dos maiores símbolos do hard rock e do glam metal mundial. Com figurinos ousados, letras provocativas e shows carregados de energia (e pirotecnia), a banda marcou uma geração e influenciou dezenas de artistas ao redor do mundo.