Assessoria – Os ciganos vão à Universidade. A Uninter está lançando o “Processo Seletivo Diversidade”, direcionado aos povos ciganos das etnias Rom, Calon e Sinti, por meio de processo seletivo realizado pela própria instituição. As vagas são para Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Graduação (Bacharelado, Tecnologia e Licenciatura), ambas na modalidade EAD.
Serão ofertadas aos ciganos dez bolsas de estudo, com 100% delas no valor integral da mensalidade/curso, na modalidade de graduação a distância. Para a EJA, a duração mínima será de 18 meses, também com dez bolsas integrais disponíveis. As provas serão online e para inscrições e mais informações os interessados devem acessar este link
O Brasil possui atualmente cerca de 800 mil ciganos, dos quais 90 mil estão no Paraná. Os ciganos chegaram ao Brasil em 1574, após serem expulsos da Europa. Há dois grandes grupos no país: os calons (de origem ibérica) e os rom (do leste europeu). Os ciganos estão situados dentro das populações em situação de itinerância.
Projeto Inovador
A diretora da Escola Superior de Educação, Humanidades e Línguas da Uninter, Dinamara Pereira Machado, explicou que, enquanto instituição de ensino, é preciso, por meio da educação, promover e ajudar a todos aqueles que ficaram, em algum momento, marginalizados na sociedade, para que eles tenham e conquistem o seu espaço.
“É um projeto inovador e experimental de acesso e permanência no ensino superior, em uma instituição privada, que atua com educação a distância”, afirmou Dinamara.
Para a secretária executiva da Confederação Brasileira Cigana (CBC), Nardi Casanova, essa parceria é uma oportunidade de oferecer Educação e conhecimento a um povo que não está incluído nas políticas públicas brasileiras.
“As portas que estão sendo abertas permitem o acesso e à inclusão dos ciganos de diferentes locais e municípios do Brasil ao ensino superior. É um reconhecimento a étnica e a toda comunidade, com tutoria e professores qualificados, disponíveis para auxiliar os inscritos no processo”, afirmou Nardi, representando também Associação de Cultura Cigana do Paraná, presidida por Claudio Iovanovitchi, e o Coletivo das Mulheres Ciganas do Brasil (COMCIB), cuja presidente é Tatiane Iovanovitchi.
Nardi acredita que a adesão ao processo vai superar as expectativas, principalmente porque muitos ciganos esperam por uma oportunidade de aprimorar os seus conhecimentos. “Tenho a certeza de que os nossos jovens e adultos vão honrar cada bolsa recebida e seguir até o final. Quando chegar a formatura, estaremos lá para aplaudir a todos que escolheram uma profissão”, comemora.