Maria Elisa Ferraz Paciornik, hoje superintendente da Associação de Amigos do Hospital de Clínicas da UFPR – depois de tê-la presidida por dois mandatos -, tem uma carreira de luta pelos direitos da mulher como poucas podem contabilizar. É verdade que localizou seu campo de batalha em Curitiba, e exercitou sua “catequese” a partir de seu exemplo pessoal: foi galgando, passo a passo, posições importantes na vida profissional, ocupando cargos de comando até então privilégios de homens. E enfrentou, por isso, muitas resistências. Mas sempre dizendo que suas conquistas seriam da mulher paranaense.
Foi uma feminista que se impôs e impôs sua luta distante de gritarias, de brigas, de protestos. Empunhou o melhor instrumento para conseguir se tornar uma vitoriosa – a sua boa formação profissional.
A longa resistência
Foi assim quando, já nos anos 1990, foi nomeada pelo prefeito Greca de Macedo para presidir a CIC S/A. Lá ficou por três anos, inovou, desenvolveu ação modelar no relacionamento com as empresas estabelecidas e as que estavam para chegar.
Antes, teve de vencer muitas resistências machistas, como as proclamadas manifestações do tipo “A CIC é lugar de homem” ou: “Lugar de Mulher é na Cozinha”.
Hora de “dar o troco”
Ela mesma lembra dessa oposição machista, não como dirigida a ela, mas ao gênero feminino.
A história é parte do perfil de Maria Elisa Ferraz Paciornik que compõe o volume 6 de meu livro Vozes do Paraná, lançamento em 18 de agosto, na Vila Sophia (Rua Mateus Leme, esquina de Barão de Antonina, atrás do Shopping Muller).
Ao deixar a presidência da CIC S/A, e ao ser homenageada com medalha da própria companhia, abriu discurso com a frase: “Enfim, missão cumprida.
Apesar de eu ser mulher…”