Assessoria
Muito se ouve falar sobre instituições que abrem vagas para cotas de diversidade ou realizam ações pontuais com a inclusão social como tema e acreditam estar praticando responsabilidade social. Mas, ao contrário do que se pensa, garantir a inclusão e os direitos humanos envolve uma verdadeira mudança de mentalidade e comportamentos discriminatórios introjetados no nosso dia a dia. E promover essa mudança significa educar, aceitar, conscientizar e respeitar a diversidade todos os dias e não apenas em datas celebrativas.
Pensando em estimular essa prática também em outras esferas sociais, a ANIA/BR – Associação Nacional para Inclusão das Pessoas Autistas, lançou no dia 31 de março o selo “Todos Nós”, voltado para todos os setores da sociedade, incluindo governos, empresas e organizações da sociedade civil.
A ideia é avaliar e credenciar entidades que valorizem as potencialidades individuais e outras abordagens, políticas e práticas inclusivas que promovam a acessibilidade, a igualdade de oportunidades e o respeito pela diversidade.
“O selo de certificação “Todos Nós” serve para atestar que uma organização ou instituição se compromete com determinados requisitos e critérios relacionados à promoção da inclusão de pessoas com deficiência e condições como o autismo. Esse selo pode ser utilizado para demonstrar publicamente o compromisso da organização com a inclusão e para diferenciá-la das demais organizações” – explica Guilherme de Almeida, Presidente da ANIA/BR, de 40 anos, que se descobriu autista aos 37.
Referência
Ao conquistar o selo de certificação, a organização pode ser reconhecida como uma referência em práticas inclusivas, o que pode impactar positivamente a sua imagem e reputação. Além de ser uma forma de incentivar outras organizações a adotarem as boas práticas de inclusão e a promoverem a diferença em seus ambientes de trabalho.
Qualquer organização, seja ela uma empresa, uma instituição de ensino, uma organização governamental ou uma organização da sociedade civil, pode pedir certificação. Para ser credenciada, a instituição deve respeitar a legislação vigente voltada para a inclusão de pessoas com deficiência (PCDs) e autistas e passar por uma avaliação que deve atender aos seguintes critérios:
Formação – A organização deve garantir que seus colaboradores recebam formação para trabalhar com pessoas com deficiência, oferecendo treinamentos e materiais que os ajudem a compreender e lidar com as diferenças individuais de modo contínuo, e não apenas nas efemérides.
Acompanhamento e Avaliação – A organização deve enviar anualmente dados para a avaliação constante de suas práticas inclusivas, a fim de identificar pontos fortes e áreas que precisam ser aprimoradas.
Políticas Inclusivas – A organização deve implementar políticas inclusivas, tais como a reserva de vagas para pessoas com deficiência, a adaptação de materiais de comunicação e a oferta de produtos e serviços que atendam às necessidades de todas as pessoas.
Para solicitar a avaliação, basta entrar em contato com a ANIA/BR através do site www.autistas.ong.br