terça-feira, 3 dezembro, 2024
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Scalco, o experiente articulador na campanha de Aécio

Euclides Scalco, Fernando Henrique Cardoso, José Richa, Pedro Simon
Euclides Scalco, Fernando Henrique Cardoso, José Richa, Pedro Simon

Animal político por essência, Euclides Scalco parece ter ganhado nova vida e mais energia, ampliando, ao mesmo tempo, a sua notória capacidade de articulação, com a campanha de Aécio Neves à Presidência da República. E pelo que se observou ontem, quando ele esteve – ao lado de outros notáveis tucanos – no comando da recepção e organização do encontro com o presidenciável, na Universidade Positivo, “Scalco está a plena carga”, como observa à coluna um velho amigo do ex-ministro de FHC.

De minha parte, acredito até que a campanha de Aécio e o ânimo, que está injetando no tucanato paranaense, seja capaz de quebrar certos distanciamentos observados entre, por exemplo, Scalco e Beto Richa.

2 – COISA DO PASSADO?

Beto Richa, que foi feito, na infância, afilhado pelo rito católico romano, e o ex-ministro têm estado distantes nos últimos anos. Tudo por conta de divergências políticas locais. Para Scalco, a separação deu-se – conforme me disse anos atrás – por motivos “fundamentais, questões de foro íntimo.”

Eu diria que foram divergências em questões administrativas que afastaram Scalco, um dos fundadores do PSDB (junto com José Richa), das antessalas da Prefeitura (quando Beto era prefeito) e, depois, do Palácio Iguaçu.

3 – COM FHC

Um familiar de Euclides Scalco, com quem falei ontem, garantiu-me que ele tem falado “agora com mais frequência” com Fernando Henrique, “mais do que o habitual”. E que a tônica das conversas é a campanha de Aécio, “na qual Scalco sempre esteve envolvido”, sublinha a mesma fonte familiar. O fato concreto é que Scalco até mesmo distanciou-se, temporariamente, da Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas da UFPR, que preside. Tudo por conta de seu envolvimento, em Curitiba, com a campanha do presidenciável.

4 – O GETULISTA

No volume 1 de meu livro Vozes do Paraná, lançado em 2008, e do qual Scalco é personagem, revelei ângulos desconhecidos (do grande público) sobre esse gaúcho que se fez político no Paraná, para onde se mudou no final dos 1950. Um desses ângulos: o aguerrido getulismo que o definiu quando aluno da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Esteve ao lado do então também estudante Pedro Simon, nos protestos de Porto Alegre, em agosto de 1954, quando do suicídio de Vargas.

5- “ALTA PLUMAGEM”

Outra das marcas de Scalco foi sua fidelidade aos princípios da Igreja e seu envolvimento com o “espírito marista”, a partir do tradicional Colégio Rosário, de Porto Alegre, de que foi aluno. Dali nasceu seu grande interesse sobre temas que o seguiriam sempre, como a questão da Ciência e da Fé.

O que o levou a ser cofundador do Instituto Ciência e Fé de Curitiba, do qual é diretor de Cursos.

Não se pode esquecer, por último, que a primeira campanha de Fernando Henrique Cardoso à Presidência foi coordenada por Scalco, em âmbito nacional.

A vitória de FHC apenas confirmou o que sabíamos: Scalco foi definitivamente reconhecido como parte daquele universo de “tucanos de alta plumagem”.

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