Assessoria – A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) completa 50 anos em 26 de abril. Referência nacional e internacional no desenvolvimento de tecnologias para a agricultura tropical, ela está presente no Paraná com três centros de pesquisa: a Embrapa Florestas, em Colombo; o escritório de Tecnologia, em Ponta Grossa; e a Embrapa Soja, em Londrina.
Os estudos e as soluções desenvolvidos impactam cadeias produtivas, biomas, organizações, instituições de pesquisa, ou entes públicos ao longo de todo o território nacional. Nesta celebração das cinco décadas de atuação da Embrapa, a empresa destaca alguns de seus produtos que impactam diferentes esferas socioeconômicas de Campinas (SP) e região.
A Embrapa Meio Ambiente é a unidade em funcionamento há mais tempo na região. Criada em 1982, desenvolve trabalhos que buscam conciliar as demandas dos sistemas produtivos com as necessidades de conservação de recursos naturais e preservação ambiental.
O Agnest e a Produção Integrada de Morango (PIMo) são duas de suas soluções sustentáveis adotadas em nossa região. O Agnest é um centro de inovação, configurado como fazenda-laboratório, onde startups poderão interagir com empresas e outros agentes para fomentar ideias no contexto da inovação aberta, além de criar redes capazes de conectar essas corporações aos cenários da ciência e dos mercados. A lavoura-piloto, formada em uma área de 10 hectares, em Jaguariúna, representa um marco no compromisso das empresas, que irão possibilitar que startups consigam, em breve, reproduzir os cenários do ecossistema produtivo da agricultura empregando tecnologias de sensoriamento e de conectividade. A iniciativa é liderada pela Embrapa Meio Ambiente e pela Embrapa Agricultura Digital em conjunto com as empresas parceiras fundadoras – Nutrien, Banco do Brasil, Jacto e Bayer.
A Produção Integrada de Morango (PIMo) visa apoiar os processos de adoção boas práticas agrícolas, rastreabilidade e critérios higiênico-sanitários na manipulação dos produtos associados ao cultivo de morango. Foi desenvolvida na região de Atibaia e Jarinu, a partir de 2006, com a participação da Embrapa. Em 2011, seis produtores conquistaram a certificação, sendo até o momento o único grupo autorizado a utilizar o selo “Brasil Certificado”.
Soluções digitais
A Embrapa Agricultura Digital, anteriormente denominada Embrapa Informática Agropecuária, foi o segundo centro instalado na região. Criada em 1985, vem contribuindo para o desenvolvimento de soluções digitais voltadas para todos os elos da cadeia produtiva. Têm tido destaque iniciativas voltadas para as áreas de inteligência artificial, visão computacional, aprendizado de máquina, blockchain e internet das coisas; o aprimoramento de soluções digitais em apoio a políticas públicas; e o suporte tecnológico a projetos de pesquisa nas áreas de bioinformática e biotecnologia.
Em abril deste ano, foi lançado o primeiro açúcar demerara produzido com o Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (Sibraar), uma tecnologia blockchain para a rastreabilidade de produtos agroindustriais desenvolvida pela Embrapa Agricultura Digital, em parceria com a Usina Granelli, de Charqueada, na região de Piracicaba. A partir de QR Code impresso na embalagem, estarão visíveis ao consumidor dados relevantes para a gestão da produção, como a procedência do produto, sistema produtivo, processos industriais, laudos de qualidade até dados sobre logística, fornecidos e de responsabilidade da empresa parceira. O açúcar demerara rastreado deverá estar nos supermercados em junho. A aplicação da tecnologia pode ser estendida para outros produtos ou culturas agrícolas.