domingo, 19 janeiro, 2025
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Ratinho e Cida: os vestígios de longas negociações para a vice governança

Deputado Ratinho Junior, do PSC
Deputado Ratinho Junior, do PSC

Quando redigia esta nota, às 16h20 min, ontem, o nome de Cida Borghetti aparecia como a o mais provável para ocupar a vice de Beto Richa na eleição deste ano.

Se consumado o fato, estará se cumprindo uma “profecia” que fiz, ao escrever o perfil biográfico da deputada, registrado no número 4 de meu livro Vozes do Paraná 4. Isto mesmo: houve de minha parte aquilo que a parapsicologia científica, ou coisa parecida, denomina de premonição.

Mas a escolha do nome que acompanhará o de Beto Richa na disputa de sua reeleição envolveu, na verdade, um mundo de negociações. E por muitos meses.

A FAMÍLIA BARROS

A começar pelo fato de que ninguém pode desprezar, no Paraná, a capacidade de articulação política de Ricardo Barros, irmão de Silvio Barros, ex-prefeito de Maringá. Este é controlador da nova, sigla PHS. Assim como Cida controla aqui o PROs, esse novo fenômeno de partido, gestado em Planaltina, Goiás.

PRIMEIRA ESCOLHA

Não é novidade para ninguém que a primeira preferência de Beto Richa foi pelo nome do deputado Ratinho Junior, do PSC, que conseguiu, nos últimos meses, arrebanhar um grande número de prefeitos que se tornarão cabos eleitores eficientíssimos seus (de Ratinho) e, consequentemente, assim garantindo uma bancada de mais ou menos oito deputados da sigla.

SEXTA-FEIRA, 27

Na sexta-feira passada, 27, Beto Richa e Ratinho Junior se encontraram, num endereço do deputado, uma espécie de “bunker” político do parlamentar em Santa Felicidade. A primeira reunião começou lá pelas 15 horas; a segunda, às 16h30 min, já com a presença do pai de Ratinho Junior, o articulador político incontestável que o é o apresentador Ratinho (que os ferinos avaliadores denominam de “Ratão”).

LEALDADE AMPLA

Ratinho proclamou lealdade e apoio a Beto Richa, de quem foi secretário muito atuante na SEDU.

E disse, a certa parte do encontro, que espera de Richa um segundo governo “melhor ainda do que o atual”. Mas deixou claro que isso, na sua opinião, se consumará se o governador atuar com outros auxiliares, que não nomes como aqueles que comandaram por anos a Secretaria da Fazenda e “oficiais de gabinete que comandam o governo”, “por exemplo”.

AS “SESMARIAS”

A boca pequena, Ratinho nunca deixou de mencionar o que considera “sesmarias” que estariam comandando áreas vitais do Governo, citando o Porto de Paranaguá e a Copel, de forma particular. Nesses entes do Estado, dois nomes poderosos – ambos oriundos do legislativo – seriam os grandes donatários e senhores absolutos.

Na segunda reunião, tendo a presença de seu pai, Ratinho deixou claro: não gostaria de ser um vice governador que teria de pedir “autorização” para atuar a certas personalidades hoje muito fortes no grupo Beto Richa.

Mas deixou claro: não quis ser vice, mas fica com governador.

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