“Analistas” políticos da “Boca Maldita” (algumas vezes mais perspicazes que muitos jornalistas que cobrem a vida política) afirmam que as eleições para governador no Paraná apressaram a desfiliação partidária do deputado André Vargas.
Tido como futuro coordenador da campanha eleitoral de Gleisi Hoffmann, seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef e todas as suspeitas daí decorrentes, ora sob investigação, provocaram uma reviravolta. Gleisi não poderia mais tê-lo a seu lado, a menos que o deputado tivesse argumentos inapeláveis para fulminantemente provar sua inocência. A senadora candidata absteve-se de uma rejeição pública explícita, frisando à imprensa que não iria “nem condená-lo, nem absolvê-lo”, lamentando o ocorrido e admitindo o impacto negativo sobre a futura campanha.
Pressão
Os analistas políticos e o pessoal da “Boca” consideram unanimemente que Vargas sofreu forte pressão dos seus companheiros do Partido dos Trabalhadores, primeiro para renunciar à vice-presidência da Câmara, depois para renunciar ao próprio mandato. No primeiro caso, cedeu à pressão, mas no segundo recalcitrou e optou por abandonar o PT, onde não tinha mais “clima” para permanecer, desfilhando-se. O que se comenta, na “Boca”, é que a pressão não teria sido tão forte se o deputado (agora sem partido) não estivesse tão estrategicamente posicionado no esquema da campanha eleitoral de Gleisi.
Falando sem rebuços, dizem que ela e o marido, ministro Paulo Bernardo, atuaram nos bastidores, a fim de que rolasse rapidamente a cabeça do agora incômodo “companheiro”. A esperança do casal é que logo o episódio possa ser superado e esquecido. Mas, como Vargas insistiu em não renunciar ao mandato e vai ser julgado pela Câmara, tudo isso ainda vai dar muito pano para mangas, apostam os “analistas” da Boca.