Robson Luiz Rodrigues de Lima responde ao poeta Ivan Justen, que na coluna de 25 de novembro, teve acolhida críticas a observações dele (Robson) sobre a literatura paranaense, sua importância, seus nomes valiosos. A seguir:
“Prezados leitores:
Quem viveu e celebrou o Litercultura, assim como eu, sabe que esse festival tem tudo para ser um dos maiores festivais de literatura do país e levar a nossa Curitiba às luzes da ribalta da produção literária. A minha presença no festival se deveu ao meu constante esforço em divulgar a nada vulgar cultura paranaense, sem aspas, rompendo com as velhas oligarquias culturais.
Na palestra que proferi no sábado intitulada “Vida mundana: a estética e o entendimento da poesia curitibana” eu destaquei vários nomes do cenário local: Emiliano Perneta, Marcos Prado, Tadeu Wojciechowski, Ricardo Corona, Alice Ruiz e Paulo Leminski. Foi uma experiência maravilhosa.
“DESAIROSAS”
No entanto, fui alertado por um amigo sobre o fato de que o meu artigo, publicado na revista Litercultura, intitulado “A literatura paranaense ainda paira noir”, fora alvo de contestações, até certo ponto, desairosas.
Em relação às contestações, eu as acolho, pois são salutares, portanto é em relação ao “desairoso” que me manifesto, exercendo meu direito democrático ao contraditório e à liberdade de expressão.
O artigo publicado nesta coluna no dia 25 de novembro de 2014, terça-feira, de autoria do senhor Ivan Justen Santana, afirma que: “Ao começar sua exposição, Robson escolhe falar de Fernando Amaro (1831-1857), que teria sido o “primeiro poeta do romantismo paranaense” – e depois escreve que “há muitos outros poetas” desse “movimento”, mas como a intenção é polêmica (…), não vai citar nenhum outro.”
FERNANDO AMARO
Caro senhor Ivan, eu citei Fernando Amaro de Miranda por ser uma das mais longínquas vozes da nossa literatura. Para o senhor ter uma ideia, quando Fernando Amaro faleceu, Júlia da Costa tinha apenas 13 anos. Não a citei, pois como o senhor mesmo afirmou: “Por sinal, ela tem sido recentemente valorizada”. Se ligar o título do meu artigo ao seu corpus o senhor facilmente compreenderá que quis iluminar os que estavam na penumbra, tão somente isso.
Em outro momento o senhor Ivan afirma: “Quanto ao período do “romantismo paranaense”, na verdade não houve tantos “muitos outros poetas” assim, e Fernando Amaro restou praticamente apenas como nome.”. Para o conhecimento de todos, eu vou citar alguns nomes do romantismo paranaense, sem aspas, e espero estar contribuindo com os estudos de todos os que amam a literatura paranaense, incluindo o senhor Ivan.
Começo citando o nome do romântico curitibano João Batista Ribeiro (1838-1884), o pontagrossensse Antônio Martins de Araújo (1849-1888), autor de Vozes Campestres; o parnanguara Albino José da Silva (1845-1905), pai de Ciro Silva, publicou poemas românticos em jornais, especificamente no antigo jornal 19 de Dezembro, do qual era tipógrafo; e para a felicidade de todos: a parnanguara Júlia da Costa.
Em relação ao que escrevi sobre o Simbolismo paranaense, o senhor Ivan afirma: “Todos esses exageros podem ser contestados facilmente. (…) E não seria necessário retirar brilho algum da poesia do catarinense(…) para assim valorizar o paranaense Emiliano Perneta…” (grifo meu).
Devo contrariar o senhor Ivan…
(PROSSEGUE)