A diocese de Oxford, uma das 41 dioceses da Igreja da Inglaterra,
votou a favor de interromper o investimento em empresas de combustíveis fósseis
e exortou a Igreja como um todo a fazer o mesmo.
A reportagem é de Gail Moss, publicada no sítio Investment & Pensions Europe, 24-11-2014.
A votação foi aprovada pelo sínodo diocesano – assembleia local da Igreja – no dia 15 de novembro.
A diocese também se comprometeu a explorar oportunidades para reinvestir em alternativas de energias limpas.:
A diocese possui aproximadamente 65 milhões de libras (€ 82,1 milhões) em empreendimentos imobiliários – usados para pagar os salários do clero – que são investidos através da empresa Newton Investment Management de forma direta e através de vários fundos geridos; e 2,8 milhões em outros fundos fiduciários, principalmente investidos em fundos do Conselho Central de Finanças da Igreja.
Essas carteiras financeiras incluem investimentos no setor de petróleo e gás e em outras empresas que produzem carvão, em proporções que estão em consonância com as respectivas ações da Bolsa de Londres e índices globais.
No entanto, as pensões de pessoal não serão afetadas no presente, já que são geridas pelos Fundos de Pensões e/ou pelo Conselho de Pensões da Igreja da Inglaterra.
O autor da proposta, Rev. Darrell Hannah, disse: “A diocese de Oxford está desafiando a Igreja da Inglaterra como um todo a levar a sério a ameaça da mudança climática e o que nós, cristãos, fazemos a respeito”.
No entanto, John Tattersall, membro do Conselho Diocesano de Finanças de Oxford, disse em um documento de referência feito por consultores de investimentos da diocese que o custo anual imediato estimado de desinvestimento em empresas de carvão e areias petrolíferas, em termos de rendimento e despesas adicionais de gestão – por causa do aumento da proporção da carteira que seriam investidos diretamente – é de cerca de £115.000.
Os assessores estimaram que, a longo prazo, o desinvestimento de todas as empresas produtoras de combustíveis fósseis custaria à diocese até £214.000 por ano, ou cerca de 1,1% sobre a quota anual, quantia que terá de ser solicitada das paróquias.
A proposta também pediu que o Sínodo Geral – parlamento da Igreja – discuta uma proposta semelhante sobre o desinvestimento, que poderia, se aprovada, aplicar-se ao fundo de doações de comissários de aproximadamente 6,1 bilhões de libras e ao portfólio de 1,6 bilhão do fundo de pensões da diretoria da Igreja da Inglaterra.
Se não houver apoio suficiente, a proposta será considerada por uma futura reunião do Sínodo.
Mas Richard Burridge, vice-presidente do Grupo Consultivo de Investimento Ético (EIAG), que aconselha a Igreja sobre o investimento ético, disse:
“Há muitas formas de praticar o investimento ético, incluindo um engajamento ativo com empresas e políticos”.
“A recomendação de encerrar imediatamente o investimento em ações de energia é apenas uma de uma série de opções, e não pode ser vista como a bala de prata que vai acabar com as múltiplas ameaças das mudanças climáticas”.
“As emissões de carbono permanecem tão incorporadas em nosso sistema econômico que as recomendações de política de investimento éticos do EIAG terá de ser sofisticado”.
A revisão da política do EIAG sobre as alterações climáticas e investimentos deverá ser publicada no primeiro semestre de 2015.