Por João José Werzbitzki
Ingresso para a Copa, em Curitiba:
Comprei ingresso de cadeirante, ao qual tenho direito por problema temporário e sério de locomoção, mas não tenho mais direito a estacionamento especial (que deveria ser assegurado, já que ninguém estaciona em dias de jogo da Copa a menos de 2 quilômetros da Arena da Baixada… e é impossível empurrar um cadeirante por esta distância).
Para outros jogos, o estacionamento foi concedido sem questionamento – menos para um (Honduras x Equador). Logo este, que decidi comprar por último, porque havia disponibilidade de ingresso.
Motivo para não ter acesso ao estacionamento, com transporte para a Arena da Baixada?
A FIFA mudou as regras e vai agora sortear as vagas de estacionamento.
Como assim? Pra quem?
“O senhor tem que esperar por um telefonema da FIFA, para voltar aqui e pegar o acesso ao estacionamento. Se não ligarem é porque não tem mais vaga”, informam – só depois da compra do ingresso realizada.
Mas, se há X lugares para cadeirantes por jogo, estes X torcedores não têm mais prioridade máxima? Nem acesso garantido, mesmo com o ingresso comprado? Onde ficam os direitos à acessibilidade?
O pior foi a resposta de um funcionário da FIFA, de camisa preta com a logo da entidade no peito, que, quando perguntei: “Mas e se não me derem o estacionamento? O que faço”, respondeu: “Vai a pé”, numa falta cruel de respeito, inadmissível pelos padrões FIFA.
Que fazer?
Como fazer valer os meus direitos de cadeirante? Não sei, ainda. Espero a ligação da dona FIFA, quase sem esperança… mas devo procurar um advogado?
Adianta? Procon?
O que posso esperar da poderosa FIFA, que pisa na bola justo comigo? Será que é só comigo?
* João José Werzbitzki (JJ), publicitário, jornalista, conferencista e autor do livro “Publicitar – Uma nova visão da publicidade”, um dos mais vendidos da área.