sábado, 18 janeiro, 2025
HomeMemorialOpinião de Valor: estudo mostra que exposição a agrotóxicos pode causar distúrbios...

Opinião de Valor: estudo mostra que exposição a agrotóxicos pode causar distúrbios reprodutivos

A reportagem foi publicada pelo Informe ENSP/Agência Fiocruz de Notícias, 05-11-2014:

Para avaliar a exposição aos agrotóxicos e os possíveis impactos desta exposição nos níveis de hormônios sexuais de homens e mulheres, além da qualidade do sêmen de adultos e jovens, o doutorando pautou sua pesquisa na observação de moradores da área rural do município de Farroupilha-RS. Foram feitos dois estudos transversais, com objetivos específicos, populações e metodologias de coleta particulares. A tese investigou, no primeiro estudo, adultos de ambos os sexos, trabalhadores rurais e seus familiares, com idades compreendidas entre 18 e 69 anos. No segundo estudo, participaram da investigação jovens moradores rurais e urbanos, com idade entre 18 e 23 anos.

Na pesquisa, conforme explicou o aluno, foram coletadas amostras de sangue e sêmen para mensurar níveis de atividade de colinesterases, níveis hormonais sexuais e outros parâmetros bioquímicos, além de parâmetros espermáticos. Também foram aplicados questionários para identificar possíveis fatores associados aos desfechos reprodutivos, além de análises descritivas e bivariadas e regressões multivariadas, realizadas para identificar possíveis associações.

No primeiro estudo, os homens que tinham maiores contatos com agrotóxicos apresentaram aumento de 14% na concentração de testosterona e redução de hormônio luteinizante (LH) de 20%; a globulina transportadora de hormônio sexual (SHBG) apresentou associação positiva e significativa com os níveis de butirilcolinesterase (BChE). Em relação aos que trabalhavam há mais de 25 anos na agricultura, observou-se uma redução de 20% nos níveis desse hormônio. Nas mulheres que trabalharam nos últimos três meses foi constatado menores níveis de prolactina. Na regressão logística, homens usando inseticidas e pesticidas organofosforados, respectivamente, tiveram menor chance de ter a prolactina reduzida. Da mesma forma, foi observada nas mulheres associação inversa entre contato com agrotóxicos autorreferido alto e a chance de apresentar a prolactina reduzida.

(PROSSEGUE)

Leia Também

Leia Também