quinta-feira, 19 junho, 2025
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OPINIÃO DE VALOR: Curitibana Pipefy atende a 150 países

(ESTADÃO,18-9)

Aléssio Alionço prefere manter a base em Curitiba
Aléssio Alionço prefere manter a base em Curitiba

Aos 31 anos, o paranaense Aléssio Alionço conduz sua segunda startup, a Pipefy. A empresa, cujo sistema ajuda organizações a automatizar processos internos, já atende 15 mil clientes em 150 países. Entre eles, há nomes como Santander, Coca-Cola e Visa. Neste ano, a Pipefy recebeu aportes de US$ 16 milhões.

Apesar de ter um escritório no Vale do Silício, ele prefere manter a base em Curitiba, onde a empresa nasceu. “Gosto de colaborar com o desenvolvimento da cidade”, diz ele, que é um dos principais nomes do ecossistema de startups da capital paranaense. Mas nem sempre foi assim.

 

UM MILHÃO DE USUÁRIOS

Quando começou a empreender, em 2008, Aléssio tinha uma loja de serviços, a Acessozero. A empresa chegou a ter 1 milhão de usuários e foi vendida em 2012 para o Apontador, mas deixou “um gosto amargo” para o empreendedor. Uma década depois, ele diz que a empresa demorou a procurar investidores e que faltaram mentores, em uma cidade ainda isolada.

 

MADEIRAMADEIRA

Hoje, a Pipefy de Aléssio divide terreno com dezenas de startups locais, como o site de comércio eletrônico MadeiraMadeira ou a ferramenta de serviços contábeis Contabilizei. São nomes de um ecossistema que só agora começa a deslanchar.

Cautela. A resposta para a demora, na visão dos próprios empreendedores, está ligada à própria cultura de Curitiba. Nascido na cidade, o poeta Paulo Leminski definiu seus conterrâneos como “cautelosos, meio ariscos e analíticos”. São características que não ajudam a criação de um ambiente de colaboração, vital para o surgimento de uma cena de startups. Até mesmo quem já era veterano do mercado de tecnologia tinha dificuldade para apostar no setor.

 

METADE EM CURITIBA

“Por muito tempo, abri palestras dizendo que não investia em startups”, lembra Marcel Malczewski, fundador da Bematech, empresa de automação comercial, comprada pela Totvs em 2015. Hoje, porém, ele tem 15 startups no portfólio do M3, fundo de investimentos que lidera. Metade delas é de Curitiba.

Por décadas, os engenheiros formados nas faculdades da região – como as federais UFPR e UTFPR e a particular PUC-PR – também preferiam empregos em multinacionais, como Volkswagen, HSBC e Renault. Nem exemplos como a Positivo Informática, que cresceu e abriu capital na bolsa de valores, animaram gerações a empreender.

Grupo de trabalho da startup
Grupo de trabalho da startup
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