Ideologia difundida pelos chamados “coaches de masculinidade” defende superioridade masculina e considera que leis discriminam homens
Nos últimos anos, influenciadores que instigam atitudes misóginas têm experimentado um aumento de popularidade nas redes sociais. Seguidores do chamado movimento red pill, eles promovem ideias sexistas que, muitas vezes, justificam o abuso e a violência contra as mulheres.
Muitos deles acumularam seguidores e prestígio, o que gera preocupações sobre a normalização da misoginia na sociedade, especialmente entre homens jovens que são atraídos pela confiança e assertividade que esses influenciadores exibem.
O termo red pill surgiu como uma referência à pílula vermelha do filme Matrix (dirigido pelas irmãs transgêneras Lana e Lilly Wachowski), no qual o protagonista pode escolher entre tomar a pílula azul e continuar num mundo de ilusões, ou engolir a vermelha e ser confrontado com a realidade nua e crua.
“Superioridade” masculina
É uma ideologia que defende que os homens são naturalmente superiores às mulheres em inteligência, liderança e sociabilidade. Nessa visão de mundo, o feminismo e a luta por igualdade são formas de opressão dos homens.
Especialistas veem no movimento red pill uma reação às conquistas sociais por movimentos de igualdade de direitos para mulheres, negros e comunidade LGBTQIA+, que fazem muitos homens se sentirem ameaçados por perderem espaço social.
Um dos expoentes desse universo é o britânico-americano Andrew Tate. O influenciador é ex-participante do Big Brother do Reino Unido e já declarou que “mulheres são propriedades de homens”.
A hashtag com seu nome acumula mais de 22 bilhões de visualizações no TikTok. Tate está preso na Romênia, onde vive desde 2017, acusado de estupro, tráfico humano e formação de grupo criminoso. Ele nega todas as acusações, mas já teve vários apelos por liberdade rejeitados.