domingo, 27 abril, 2025
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MORTES: RECALCATTI, LUIZ ANTONIO LEPREVOST, MARIA HELENA CANET, IRONDI PUGLIESI

Deputado Fernando Francischini

A morte do deputado Recalcatti, no final de semana, levou a coluna publicar o perfil inteiro do parlamentar, publicado no volume 8 de meu livro Vozes do Paraná, Retratos de Paranaenses (vide matéria nesta esta edição).

Dentre as manifestações de pesar pela morte do deputado – com forte representação no meio policial – registro as expressões do deputado delegado Fernando Francischini: “Consternado com a notícia da morte repentina do amigo e deputado Delegado Recalcatti. Homem com longa e valorosa história na Polícia Civil no Paraná.

Parceiro agora na Assembleia Legislativa para onde levou esse comprometimento e desenvolvia ações e projetos importantes voltados aos profissionais e à segurança pública do estado. Uma perda irreparável.

Que Deus console a família que guardará com orgulho a trajetória deste homem competente e dedicado”

Deputado delegado Fernando Francischini


“LELÉ” DITAVA MODA EM CURITIBA NO “HIGH SOCIETY”

O final de semana registrou ainda a morte de Maria Helena Canet (que os amigos chamavam de Lelé), irmã do ex-governador (in memoriam) Jayme Canet. Ela foi notável na vida empresarial, como agente de turismo, área em que teve grande sucesso. Para os que conhecem bem a história de Curitiba dos últimos 60 anos, sabem que Maria Helena Canet foi um dos mais fortes pontos de referência da chamada alta sociedade.Uma globetrotter, ela ajudava a ditar moda em Curitiba, realidade muitas vezes registrada pelo insuperável colunista social Dino Almeida.

Maria Helena Canet, com Dino, e convidados.

A propósito: foi na casa de Maria Helena que um grupo de curitibanos foi recebido no início dos anos 1990, para comemorar os 40 anos de jornalismo de Dino Almeida, o que ocorreu durante entrevista depois publicada pelo jornalista. Do encontro participaram Eduardo Rocha Virmond, Ronald Sanson Stresser, Emílio Zola Florenzano, Nadyesda Almeida Bonet, Nelson Faria de Barros, Ayrton Luís Baptista, Márcia Morosin, e o jornalista AMGH.


IRONDI, UM OLHAR VOLTADO TAMBÉM AO FEMINISMO

Irondi Pugliesi formou, com Waldir Pugliesi, um casal quase que integralmente voltado ao mundo político. Ele foi deputado federal e um líder estadual do ex-PMDB, além de ter sido prefeito de Arapongas por 3 vezes. Num tempo em que o feminismo não estava ainda na ordem do dia, como está hoje, Irondi foi deputada que se marcou por propostas e defesas de causas em busca do protagonismo da mulher. Seu trabalho foi também muito focado nos interesses da infância.

Irondi Pugliesi

 

LUIZ ANTONIO LEPREVOST: PATRÍCIO, HOMEM DE FÉ, UM CAVALHEIRO

Na semana que passou, muitas vidas tão caras ao dia a dia de Curitiba, foram ceifadas. Dentre elas, tenho de lamentar o desaparecimento de Luiz Antonio Leprevost. Uma morte de relevo especial nestes dias da pandemia que a ninguém poupa.

Além de filho de um dos ícones da história da cidade – o Dr.Ney Leprevost, que foi prefeito da Capital -, Luiz Antonio era ponto de referência para um sem número de amigos que foi cultivando ao longo de seus 69 anos de vida. Muitos deles definidos a partir da universidade; outros, pela sucessão de encontros que sua vida rica em relações humanas foi consolidando.

Eram amizades que nasciam, por vezes, em encontros em marcos físicos da cidade, como a Boca Maldita; outras, na Associação Comercial do Paraná (de que era vice-presidente), e, muito, nas atividades esportivas e nas lides empresariais e no mundo do Direito.

Enfim, sou obrigado a recorrer a uma antiga expressão do inglês britânico, era “man about town”. Conhecia a cidade e ela o conhecia bem. Difícil seria não nominar Luiz Antonio Leprevost (pai de quatro filhos, dentre eles, Ney Leprevost, uma das mais bem equipadas vocações políticas que conheci), entre os melhores exemplares do chamado patriciado curitibano. Por patriciado entenda-se não a mera elite educada e bem sucedida materialmente.

No caso dele, foi sempre um patrício por direito de berço, o que hoje, lamentavelmente, outros homens públicos não conseguem impor como sua marca. E berço não quer dizer riqueza material. Embora esses mesmos homens públicos caolhos esmerem-se em se autoproclamarem como exemplos de “finesse” e firulas culturais.

Na verdade, são criaturas cheias de adornos passageiros a enfeitar quem, no fundo, nunca entendeu que patriciado implica visão humanística. E compromisso com o todo, valorizando o acolhimento dos desvalidos, de modo especial. No trato com os mais simples, testemunham amigos comuns, Luiz Antonio foi inexcedível.

Luiz Antonio Leprevost na “máquina”

LONGO CALVÁRIO

Nessa linha da singularidade da vida que se foi, há que se registrar o longo Calvário pelo qual passou Luiz Antonio, alguém que um dia foi enganado pelo blá-blá-blá do chamado tratamento precoce da Covid-19. Um equívoco que o fez ficar meses em UTIs lutando contra o Anjo da Morte…

Da minha família, mandam-se uma foto de Luiz Antonio Leprevost com a esplendorosa e potente moto com a qual planejava fazer amplos passeios por seus domínios preferidos, o Paraná. Poderia eu agora lembrar a sempre oportuna citação do apóstolo Paulo “…lutou o bom combate, guardou a fé…” A expressão fica sugerida. O que tenho mesmo a registrar, por fim, é que Luiz Antonio é peça de difícil reposição.

Até por isso, parafraseando Manoel Bandeira, acho que ele deve ter ouvido de São Pedro, o guardião do Paraíso, a acolhedora expressão: – Pode entrar, Luiz Antonio, você não precisa pedir licença…”

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