segunda-feira, 7 julho, 2025
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MBL AINDA VAI PEGAR ‘LOLITA’ PARA CRISTO

Bandeira do MBL: de olho em eleições legislativas; Vladimir Nabokov; Lolita, que “abalou” o mundo dos 1960.
Bandeira do MBL: de olho em eleições legislativas; Vladimir Nabokov; Lolita, que “abalou” o mundo dos 1960.

Não profanem o conceito de liberalismo com a trupe doidivanas do MBL (Movimento Brasil Livre). São só reaças. Sob o argumento de ofender Deus, a família e a propriedade eles chegaram ao mesmo patamar dos que veem racismo nas obras de Monteiro Lobato ou apropriação cultural em turbantes (nem falemos das calças jeans, pois é).

Este colunista, até então alheio à mostra “Queermuseu”, foi conferir as imagens. E o que viu foi aquilo mesmo que costuma ver nas tantas edições da Bienal Internacional de São Paulo. Já se disse que o MBL, com esta nova faceta tão previsível, repete por linhas tortas a exposição “Arte Degenerada” de Munique, em 1937, sob a égide nazista.

“FILTRO SOCIAL”

Julga-se agora o “filtro social e cultural” para o que se deve ou não ver no interior de um museu. Ora, se há restrição de minha parte é em relação aos grafites e aquelas garatujas de gangues que me invadem os olhos no cotidiano sem que eu tenha solicitado. O que fazem os museus, entre quatro paredes, se penduram um urinol de Marcel Duchamp ou índios em conjunção carnal é problema de quem paga, de quem entra e de quem vê.

Arte não é só contemplação, é também provocação.

PARÓDIA DO KAMA SUTRA

A conjugar com o raciocínio do MBL e, em breve, estaremos lançando “Lolita” de Vladimir Nabokov à fogueira. Ou não se trata de uma história de pedofilia sem objeções morais? Imaginar que a Virgem Maria de unhas pintadas, Jesus acompanhado do Bambi ou uma paródia do Kama Sutra com animais possa abalar a harmonia social ou influenciar crianças é de uma idiotice sem par. Compara-se à obsessão da diversidade que a esquerda insiste em nos empurrar goela abaixo. A sociedade absorve comportamentos sociais e sexuais, mas não por imposição. Há um longo aprendizado necessário, inclusive o aprendizado da tolerância.

DE OLHO NOS VOTOS. SÓ

O que quer o MBL? O que querem todos os movimentos de grande apelo que surgiram até agora. Tornar-se um partido e arrebanhar algumas vagas no Legislativo, quiçá no Executivo. O resto é conversa para boy dormir.

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