
Há uma semana, o blog BR 18 de “O Estadão”, uma das boas novidades do jornalismo político, tratou de repercutir a declaração da pré-candidata a presidente, Marina Silva (Rede), que comparou Jair Bolsonaro a Darth Vader, o vilão da saga ‘Star Wars’.
LADO ESCURO DA FORÇA
“Um candidato que evoca o lado escuro da força. Um candidato de cunho populista, com viés autoritário muito forte, que não respeita direitos humanos, as minorias e não respeita a democracia”, disse Marina, evocando o Jedi de capa preta sem citar seu nome.
CANDIDATO IMBATÍVEL
A indignação se espalhou nas redes sociais. Não por causa de Bolsonaro, um ex-capitão do Exército disposto a chutar a porta da democracia com um discurso extremista bocó. Mas por conta de Darth Vader, este sim um ícone que dispensa apresentação. Vader, hoje, ganharia qualquer eleição no Brasil se ela voltasse aos tempos da cédula de papel e do voto de protesto. Tal como Cacareco, como Biro-Biro, como Macaco Tião, ele seria imbatível porque visto como um ícone das sessões da tarde de muitos marmanjos que, ainda hoje, colecionam bonecos da série, dando lustro especial à vaga de Lord Vader.
NATUREZA CLAUDICANTE
Marina Silva, oscilando entre a sua longa carreira de três décadas no PT e qualquer outra esquerda, que ela julga desenhar em sua cabeça, mas que não toma forma em razão de sua natureza claudicante, decidiu por um alvo injusto para atacar o que parece ser o seu adversário preferencial.
Vader é, ao menos, um arqui-inimigo respeitável. Bolsonaro é caricato, tende ao cômico.
BAÚ DA FELICIDADE DO NEPOTISMO
Seria trágico não fosse… trágico. Como registrou a revista “Veja” em reportagem recente, Bolsonaro está mais para um holograma do que para uma figura real. E nisso guarda semelhanças com o vilão de Star Wars, mas sem os predicados deste. Bolsonaro comprou ou deixou que comprassem um pacote de perfis falsos e correligionários idem e, ainda, uma estratégia nada republicana que o permite existir no mundo virtual. No facebook, ele talvez seja um estadista de “ideias renovadoras”. Na vida real é um “reacionário” de propostas retrógradas.
O VOO DA GALINHA
Bateu no teto no porcentual de 17% de intenção de voto, provando que, assim como a galinha, bater asas não significa exatamente voar.
BOTA E CHICOTINHO
Mas a bronca é com Marina Silva e a comparação infeliz de Darth Vader com a ‘manu militari’ da direita inconsequente. Esta que, por certo, deita apego freudiano às botas militares e ao chicotinho no lombo.
AVE, JAMES EARL JONES
Além disso é uma afronta aos fãs, alguns deles prontos a acreditar em Deus, mas sob a condição estrita de que ele lhe fale em alto e bom som.
Com a voz de James Earl Jones.