Não se divulgou em detalhes, mas é fato concreto que a senadora Gleisi Hoffmann, candidata ao governo pelo PT, fez muitas negociações em busca de um nome para vice de sua chapa. Numa delas, antes de chegar a Haroldo Ferreira, o interesse de Gleisi voltou-se a outros nomes, como o do comunicador social de grande penetração popular, ex-deputado Luiz Carlos Martins (PSD).
Luiz chegou a ser procurado por enviados da senadora. Conversa vai, conversa vem, LCM se disse disposto a ampliar contatos.
Não disse nem ‘sim’, nem ‘não’ à sugestão de ser vice de Gleisi. Ficou à disposição para novos contatos.
De qualquer forma, Luiz Carlos Martins aparece muito bem situado em todas as avaliações como candidato a deputado estadual. Seu partido, o PSD, aposta também nas boas possibilidades de voto de Ney Leprevost.
O interesse por LCM tem diversas motivações. Uma delas é a de ele ser um notório ficha limpa; outra, a sua penetração em camadas populares da Região Metropolitana de Curitiba, às quais chega especialmente por sua rádio Banda B, em programa matinal diário.
Mas Luiz sempre surpreendeu: teve por anos eleitorado cativo entre representantes do patriciado curitibano, como Belmiro Castor, de quem era amigo e com quem – entre outros – ajudou a fundar o Instituto Ciência e Fé.
2 – IMPROPÉRIOS DE REQUIÃO
Ainda sobre Gleisi: No final do giro em torno de aliados, a senadora acabou escolhendo como vice o médico e ex-deputado estadual Haroldo Ferreira, e Ricardo Gomide (PCdoB) para o Senado.
Gomide, que vinha sendo trabalhado por Roberto Requião, que o queria candidato a deputado estadual em coligação com o PV/PCdoB, afastou-se de RR. E, em contrapartida recebeu imprecações de RR via Twitter, desferidas pelo ex-futuro aliado.
3 – A ESCOLHA DE CIDA
Pode ser que Cida não tenha sido mesmo a primeira lembrada por Beto Richa. Mas o governador, ao escolhê-la para concorrer como vice de sua chapa à reeleição, flexionou-se à inegável capacidade de articulação desse “achador de soluções políticas” que é Ricardo Barros.
Tão grande é o portfólio de soluções de Ricardo que se desconhece outro político, no país, que, como ele controle três legendas: PROS (Cida), PHs (com o irmão, Sílvio Barros) e o PP (nas mãos dele, Ricardo Barros).
4 – FAMÍLIA PLURALISTA
E o curioso é o espírito ecumênico que envolve as transações eleitorais de Ricardo, marido de Cida: o irmão Sílvio é um ardoroso defensor e praticante do adventismo do sétimo dia, assim como a mãe dos dois, Bárbara Bueno Neto Barros.
Já Ricardo permaneceu católico e ardoroso seguidor das devoções religiosas praticadas por Cida, “uma eterna apaixonada por Maria, na invocação de N. Senhora Aparecida”, como a candidata a vice me confessou para o livro Vozes do Paraná 4.
Cida tem um primo que foi recentemente declarado beato pelo Vaticano.