Anderson Furlan
O escritório do professor René Dotti, com a Universidade Positivo, desenvolverá ainda este mês um seminário sobre o tema Anticorrupção. Nada mais apropriado para o país e o momento em que vivemos.
Acho mesmo que o seminário do mestre Dotti poderia incluir um subtítulo, tipo “Da Impunidade”. Isto porque a corrupção, como campeia, deslavada e sem limites (veja-se a denúncia sobre superfaturamento de pelo menos R$ 470 milhões no estádio de Brasília para a Copa), denunciado pelo TC do DF, é em grande parte incentivada por uma Justiça morna. Que só lentamente, como no caso dos mensalões do PT e do PSDB, dá mostra de vitalidade.
Acontece que até às denúncias em juízo, as coisas sempre parecem caminhar bem: criam-se expectativas de punições, que poucas vezes se consumam. O MP quase sempre é eficiente nas denúncias. Faz seu papel.
Na justiça, é a verdade, bons advogados 99% das vezes conseguem ou absolvição dos réus ou que suas penas sejam ínfimas.
É diante desse quadro de coisas que vem à minha lembrança o exemplar comportamento – paradigmático mesmo – do juiz federal Anderson Furlan, de Maringá, reeleito à Presidência da Associação dos Juízes Federais do Paraná.
Poiso que quero dizer é que Furlan dificilmente se limita a decidir sobre os “meros” argumentos apresentados por réus e/ou acusadores. Tanto quanto possível, manda prepostos seus, de absoluta confiança, verificarem, se possível, in loco, a procedência das reclamações. Tal como fez quando investigou, certa vez, reclamação de alguém que demandava contra a Previdência Social requerendo direito a aposentadoria. Alegava estar entrevado e numa cama, impedido de movimentar-se. Tinha até atestados médicos para “calçar-se”.
Nesse caso, os “olhos e ouvidos” de Furlan desmentiram tudo, flagrando o reclamante em pleno gozo de saúde, até dirigindo bicicleta…
Furlan é um bom modelo: tem conhecimento jurídico e uma história de persistente combate aos criminosos. Especialmente os de colarinho branco.
É protagonista de histórias de persistente combate à corrupção.
Ele é também uma espécie e detetive, assim conseguindo fazer boa justiça. Um modelo, enfim.