Wilson Martins costumava desfazer uma das mais arraigadas “lendas” em torno de Manoel Ribas, a de que se tratava de um homem rude, de poucas letras.
A mim mesmo, em depoimento que registrei no meu livro Vozes do Paraná 3, o monumental crítico literário garantiu-me: o interventor era uma homem que podia surpreender.
Como chefe de Gabinete de ‘Maneco Facão’, Martins, por exemplo, acompanhou pelo menos dois encontros dele com embaixadores da França e Bélgica, “nos quais falava em bom francês”.
Agilidade mental que andava parelho com o enorme coração do Interventor.
2 – ARQUIVOS
Fernando Fontana, por sua vez, me garante que seu Ribas foi aluno de um dos melhores mestres de seus dias de mocidade, em Castro, o professor Serapião. Fez, com ele, o que equivaleria hoje ao curso secundário completo.
Fontana sabe do que está falando, pois nos próximos meses ele estará consumando um amplo trabalho: verá publicado seu livro “Manoel Ribas, o homem, a obra e o mito”.
Trata-se de resultado de ampla pesquisa, facilitada, em parte, pelo acesso privilegiado a arquivos de seu Ribas. A esposa de Fontana, Tereza Ribas Fontana, é neta do histórico personagem paranaense, uma referência na História do Paraná. E também na do Rio Grande do Sul, onde viveu – em Santa Maria – por 30 anos.
3 – DARCI PIANA
Na noite de posse de Nilson Monteiro, o presidente da Fecomércio, Darci Piana, me falou da obra, que sua federação vai patrocinar, com a edição. Falamos longamente sobre o trabalho de Fontana e quanto o Paraná tem débito com Manoel Ribas. Por exemplo: até agora, não há uma biografia, digna do nome, de seu Ribas.
O interventor morreu em janeiro de 1946, 3 meses depois de ter deixado a Interventoria, entregue a um general.
A obra, segundo estima Ernani Buchmann, homem de Comunicação Social da Fecomércio, terá 370 páginas e farta ilustração com fotos históricas.