
Nada mais identificado, historicamente, com a França, em Curitiba, do que o antigo Colégio Cajuru, hoje denominado de “Bom Jesus-Nossa Senhora de Lourdes”.
Boa parte da elite econômica do interior do Paraná mandava, até o começo dos 1960, suas filhas estudarem internas no chamado popularmente “Colégio Cajuru”.
FUNDAÇÃO DE CHAMBERY
Colégio exclusivamente de meninas e moças, o antigo Cajuru foi fundado por freiras francesas pertencentes à Congregação de São José de Chambery, tendo sido Madre Julia um dos melhores símbolos da instituição na Capital.
SANTA CASA
Essas freiras, além do Cajuru e do Colégio São José, no Centro de Curitiba, tiveram papel importante na manutenção da Santa Casa de Curitiba e o antigo Educandário dos Meninos São Luiz, no Água Verde, além de educandário São José, na Lapa.
DIAS DIFÍCEIS
Hoje a congregação francesa está vivendo seus estertores no Paraná, é o que se depreende do forte encolhimento de seu trabalho. Os colégios passaram para o grupo católico do Bom Jesus (franciscanos, em forma de arrendamento e associação); as irmãs, que já foram cerca de 200 vivendo no antigo Colégio Cajuru (Avenida São José), são poucas, duas dezenas, muito idosas. Moram no mesmo endereço, em comunidade separada do colégio.

LIVRO DE MAÍ
Na verdade, o derradeiro grande laço a ligar o antigo Cajuru (ou N.S.de Lourdes) e a França foi o grupo de uma centena de alunos filhos de franceses que trabalham em Curitiba. Esses jovens lá estudaram, num liceu próprio, funcionando paralelamente ao amplo colégio. Neste semestre, eles deixaram o endereço tão ligado à mãe França, indo para outro endereço.
Quem tiver interesse no assunto Colégio Cajuru deve ler o livro “Franceses no Paraná”, de Maí Nascimento Mendonça. O livro, uma preciosidade, mostra como era a vida no educandário dos anos 1930. Uma das peculiaridades: as alunas somente tomavam banho duas vezes por semana. E de camisola.