
Fui apresentado a Domício Pedro lá por 1963, na Biblioteca Pública do Paraná, então nosso maior centro cultural. Na BPP tudo que era importante em manifestação cultural – às vezes até teatro – passava por lá.
Domício e a mulher, Leilah, tinham retornado de Paris, onde ele havia estudado, especializando-se em comunicação audiovisual, conhecimento que depois colocaria a serviço do Paraná, no Governo.
Domício era um ser humano ameno, agradável, incapaz de arroubos indelicados. Tinha vocação para ensino, sem jamais adotar ares professorais. Com ele e Fernando Veloso vimos desabrochar aqui a pintura abstrata e a arte de Domício impor-se Brasil afora, passando a ocupar espaços em importantes endereços públicos e privados. Adalice Araújo se ocupou bem do assunto.
DOMÍCIO PEDROSO (2)
Meu primeiro contato com Domício foi na BPP, quando ele me introduziu à pintura de um americano que vivia no Brasil, de nome Grove Chapmann. Este não era de abstrações, mas gerava figuras esplendorosas, um desfilar de freiras daquelas de chapelões medievais, extremamente pictóricos. E que, com o Vaticano II, sumiram, ficaram com simples véus (caso das Filhas da Caridade, as Vicentinas).
Domício era assim: antes de ser um abstracionista era um pintor aberto à criatividade de a múltiplos olhares.