quarta-feira, 15 janeiro, 2025
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Dom Rafael, diplomata e pastor

Dom Rafael Biernaski
Dom Rafael Biernaski

Há fortes indicativos de que o Administrador da Arquidiocese de Curitiba, o bispo auxiliar dom Rafael Biernaski (nascido em 1955) venha a ser escolhido pelo papa Francisco para suceder dom Moacir Vitti para as funções de arcebispo de Curitiba.

A decisão não deverá demorar; tomará, no máximo, uns seis meses, segundo avaliadores do “tempo do Vaticano”.

Dom Rafael não é, no entanto, uma unanimidade no clero da Capital, especialmente o chamado clero secular, padres formados e pertencentes a Arquidiocese; os chamados padres religiosos pertencem a ordens e congregações religiosas.

2 – MENTES E CORAÇÕES

“Há padres que estão esperando um arcebispo que revolucione tudo”, diz à coluna um ex-sacerdote, ativo participante de ações na PUCPR e em serviços pastorais.

Para esse observador, “dom Rafael não será nenhum arcanjo enviado para mudar mentes e corações”, mas um pastor. É marcadamente um diplomata, lembra a fonte.

Durante anos chefiando uma das importantes seções da Congregação dos Bispos, no Vaticano (órgão quer decide sobre a escolha daqueles que serão escolhidos para o episcopado), Rafael Biernaski foi ordenado bispo auxiliar de Curitiba em 2010. Com isso, deu continuidade à linhagem familiar, que tem entregue vários de seus filhos ao serviço da Igreja.

3 – CONHECE A SOCIEDADE

Para um padre religioso, que comanda localmente uma ampla comunidade de sacerdotes e irmãos, “dom Rafael não esconde mesmo que pretende ser o arcebispo de Curitiba”. Teria feito mesmo declaração à Gazeta do Povo, admitindo, semanas atrás, que essa “lógica” da sucessão notou-se com dom Pedro Fedalto sucedendo a Dom Manuel e, depois, dom Moacir como sucessor de dom Pedro.

Ele seria sucessor de dom Moacir, de quem foi auxiliar.

Traços da personalidade desse provável sucessor de dom Moacir ‘são muito evidentes’, segundo o mesmo sacerdote, fonte da coluna.

4 – OS ASSUNTOS POLÊMICOS

Uma das marcas mais notáveis de Biernaski seria sua profunda inserção na sociedade curitibana abrangente – “ele conhece desde as lideranças operárias aos intelectuais, os administradores públicos, os empresários mais notáveis, o mundo da política…”, garante a mesma fonte da coluna.

Nas áreas mais inquietas do laicato católico e linhas chamadas “progressistas”, paira no ar uma indagação: como dom Rafael encara as necessidades de envolvimento com a questão social? E como enfrentará temas espinhosos, como a questão do aborto, o casamento gay, as segundas uniões matrimoniais, o celibato obrigatório do clero.

A resposta me é dada sem pestanejar por antigo companheiro de Studium Theologicum de dom Biernaski:

– Ele é diplomata. E assim sempre pensará e falará na linha do papa.

Quer dizer: hoje ele pensa e pulsa como Francisco…

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