Logo, mas sem data ainda não definida pela Academia Paranaense de Letras, o escritor Nilson Monteiro estará se tornando ‘imortal’. Vai ocupar a cadeira que pertencia a Belmiro Valverde Jobim Castor. Para muitos, ‘essa é a glória que fica’, a da Academia, como lembra a frase famosa que está no frontispício da Academia Brasileira de Letra.
Tipo humano precioso, eu posso dizer que ele se inscreve num reduzido rol de grandes repórteres econômicos que atuaram em veículos nacionais de imprensa. Fez uma carreira exemplar na ex-Gazeta Mercantil, por exemplo.
Por isso, pelo jornalista, o escritor e especialmente o ser humano raro, ele estará no volume 6 de meu livro Vozes do Paraná, a ser lançado em noite de autógrafos em 25 de agosto.
Acompanhe trechos do perfil de Nilson em VP:
UM AUTÊNTICO ‘PÉ SUJO’
“Ah, chegamos ao Bar do Padre (propriedade de um ex-padre católico, laicizado) um autêntico pé-sujo, localizado no Cajuru.
Ali, além de cerveja e petiscos ‘no ponto’, acolhem-se habitués fiéis, sendo Nilson Monteiro um deles.
Uma fauna humana diferenciada é atraída pelo clima nada sacral do endereço, mas com certeza acolhedor e estimulador do debate.
Na verdade, Nilson nem pede licença, vai direto à geladeira, serve-se.
“Tudo com moderação”, assegura um observador, amigo do jornalista que, no entanto, registra certas precauções de Nilson, que é diabético do chamado tipo juvenil:
“Às vezes, ele pode ser visto, discretamente, aplicando insulina na barriga, antes de começar a sessão de salgadinhos e cervejas”. Estando acompanhado de um amigo médico, por exemplo, chegou, tempos atrás, ao detalhe de sugerir ao profissional da saúde ‘como agir’, em caso de uma eventual crise hipoglicemia que ele, Nilson, poderia ter.
A crise não veio, felizmente”.
UMA AMIZADE SÓLIDA
Mais do que assessor, Nilson é amigo da família Richa. Amizade, acho, que deve ter nascido diante de um episódio que poderia ter virado tragédia, segundo li em crônica do jornalista Paulo Briguet, de Londrina.
Aconteceu assim: José Richa, prefeito de Londrina e político em vertiginoso crescimento no mundo político do Estado, no final dos 1970, veraneava com os familiares em praia paranaense, com o filho Adriano, diabético juvenil.
O mocinho, de repente, foi ao chão, parecia desmaiado, faltava-lhe o pulso, suava frio. Nenhum médico por perto, nenhum auxílio à vista. E José Richa desesperado. Até que, como por milagre, apareceu Nilson Monteiro, com a solução “milagrosa”: um doce que, mastigado por Adriano, “ressuscito-o”. Tratava-se, explicou, de hipoglicemia, que mata, se o doente não receber açúcar em tempo.
Disso Nilson sabia, por experiência própria.
Dali em diante Richa e Nilson ficaram amigos. Dessas amizades sólidas.”