Assessoria – As hepatites são infecções silenciosas que causam alterações no fígado. Parte delas é provocada por vírus, enquanto outras surgem devido ao consumo de medicamentos, álcool e drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas ou hereditárias.
Em 2025, algumas cidades brasileiras registraram alta nos diagnósticos, como São Paulo, Natal, Sorocaba (SP) e Passos (MG). No Paraná, embora algumas cidades tenham enfrentado um surto de hepatite A no ano passado, houve redução de 86% nos casos no período de janeiro a julho de 2025 em comparação com 2024, conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde.
Tipos e formas de infecção da hepatite
Existem cinco tipos principais de hepatite: A, B, C, D e E. Moacir Pires Ramos, infectologista e médico cooperado da Unimed Curitiba, aponta que os mais comuns são os tipos A, B e C.
“A hepatite A é um vírus de transmissão fecal-oral, altamente ligado a questões sanitárias e higiênicas. A transmissão se dá por alimentos e água contaminados ou por problemas da rede de esgoto e de saneamento”, diz.
Já o tipo B, pontua o médico, é uma infecção que a pessoa adquire por contato de saliva, sangue, secreções nas relações sexuais e, ainda, da mãe para o feto. “O problema da hepatite B é que ela é crônica. O vírus fica guardado no fígado e a pessoa pode ficar assintomática por muitos anos e, de repente, começar a lesionar rapidamente, fazer cirrose ou câncer de fígado”.
As principais formas de prevenção da hepatite B, explica o infectologista, são “cuidados no contato com sangue, particularmente em atividades profissionais ou entre usuários de drogas, e usar preservativos para evitar a transmissão sexual”, defende.
A forma de transmissão da hepatite C, que quase nunca dá sintomas agudos, é geralmente via sangue. “Se você tem suspeitas de ter se exposto sexualmente ou por contato com sangue contaminado, é importante buscar atendimento profissional”.
Além disso, para os tipos A e B existe a vacina que se faz na infância. Se a pessoa nunca teve contato, pode fazer depois de adulto também. O médico reforça a importância da prevenção, já que no caso da hepatite A, por exemplo, não há um tratamento específico.
“Para hepatites B e C há esquemas de medicação bem estabelecidos. Mas a grande vantagem de tratar e vigiar é que a probabilidade de transmissão cai muito. Além de proteger a saúde do indivíduo, também expande o cuidado para a comunidade como um todo, uma vez que a transmissibilidade da doença é reduzida”, finaliza o infectologista.
Julho é conhecido como o mês da luta contra as hepatites virais.