
O sempre valioso professor Pasquale, aquele que ensina o bom uso do Português, garante, em recentes colunas publicadas pela imprensa, que são muitas as variações da expressão à capela. Para começar, alguns dicionários, diz, admitem capela com crase; noutros, a expressão, não leva crase; e há até os que registram, apenas, o “a capella”, como no original italiano.
Espero ter a opinião de Maria Tereza de Queiroz Piacentini sobre o assunto, pois ela também sabe das coisas.
COMO SE ESCREVE… (2)
Ele, Pasquale, preferiria usar a forma italiana, garante. Mas acaba se rendendo ao ‘à capela’, que prevalece na escrita brasileira. E mais prevalece nesses dias de Copa, especialmente nas manifestações ufanistas de narradores esportivos, quando exaltam “o Hino Nacional cantado à capela” por multidões de torcedores brasileiros.
COMO SE ESCREVE (3)
A exaltação radiofônica e televisiva soa exagerada, colocando todo “espírito patriótico” num torneio mundial que, no fundo, no fundo, acaba sendo um enorme cauterizador do espírito crítico de povos como o nosso, raquítico em cultuar sua verdadeira identidade.
Patriotismo muito além de estádios de futebol exige um dia a dia de coerência e comprometimento, por exemplo, com uma nação ainda pobre, doente, assaltada por maus políticos e vítima da ladroagem mais ou menos geral.