domingo, 19 janeiro, 2025
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Coletânea da BPP dos 101 poetas gera polêmica

Rui Werneck de Capistrano: um dos ‘esquecidos’, Reinoldo Atem: voz que clama, e Dalton Trevisan: entre os poetas...
Rui Werneck de Capistrano: um dos ‘esquecidos’, Reinoldo Atem: voz que clama, e Dalton Trevisan: entre os poetas…

Repercutindo negativamente nas redes sociais a falta de vários nomes representativos da poesia paranaense na coletânea de 101 poetas de todos os tempos, que acaba de ser editada pela Biblioteca Pública do Paraná. A primeira manifestação foi a do escritor Reinoldo Atem, que marcou época no século passado com “Urbe Urge”. Embora incluindo na antologia, Atem considerou “lastimável a escolha dos poetas para a antologia da Biblioteca Pública. Do Grupo Encontrovérsia, que atua há anos na área, não aparece ninguém (Leopoldo Scherner, Edival Perrini, Jandira Kondera e Pena Kuchemberg). O Edu Hoffman também não aparece. Em compensação aparecem Dalton Trevisan e Estrela Leminski”…

CRITERIOSO

Já outro participante da coletânea, Marco Cremasco, tem opinião diferente, considerando tratar-se “de trabalho sério e conduzido de modo igualmente sério e compromissado pelo poeta Ademir Demarchi”. Afirma que acompanhou de perto “o trabalho do Ademir e sou testemunha do cuidado de sua leitura, enquanto organizador da obra, a qual é uma contribuição e tanto à cultura do Paraná, principalmente com a proposta de envio de exemplares para as bibliotecas públicas do Estado, permitindo que o pessoal que tenha acesso à obra, conheça poetas além dos limites de sua cidade”.

INCLUSÕES

Cremasco admite, porém,  que “sempre haverá divergências quanto à inclusão deste ou daquele outro autor”. A mesma posição de Alberto Centurião, atualmente residente em S. Paulo, que observa não existir antologia perfeita, “o que não invalida as antologias”. Pois “corajoso é o estudioso que se atreve a fazer uma seleção, sabendo de antemão que é impossível agradar a gregos e baianos. Parabéns ao Ademir Demarchi pela pesquisa.

Quando a poesia é valorizada, todos os poetas são, direta ou indiretamente, beneficiados”.

Geraldo Magela Cardoso lembra os nomes de Bia de Luna, Delores Pires, Julio Almada, Rafael Walter…mas ressalva que a antologia demoraria 10 anos para ser organizada, se todos fossem incluídos, mesmo porque ”O Ademir mora em Santos e não tem como acompanhar a cena local”…

CORAGEM

Já o jornalista Hélio de Freitas Puglielli afirma admirar ”a coragem do Reinoldo Atem, que, mesmo incluído, assinalou a ausência de poetas importantes, como Scherner, Perini e Edu Hofmann, entre outros. Inclui-los não seria agradar a gregos e baianos, mas um ato necessário”. Puglielli lembra, entre outros “esquecidos”, os nomes de Edgar Yamagami, Marilda Confortin, Fernando José Karl, Fernando Nandé, Regina Bostulim, Marilia Kubota e Rui Werneck de Capistrano.

Já o poeta Hamilton Faria diz que “a antologia é rica, mas faltam poetas com bom trabalho. Estou na antologia e reconheço a sua incompletude”, enquanto Marília Kubota declara ter se auto-excluído da antologia, pedindo ao organizador para não ser “mapeada”, por razões ideológicas. E acrescenta conhecer pelo menos mais um poeta que fez o mesmo.

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