sábado, 14 dezembro, 2024
HomeMemorialCanet governou a partir de fotografias de carências das cidades

Canet governou a partir de fotografias de carências das cidades

Jayme Canet Junior
Jayme Canet Junior

Jayme Canet Junior não dá entrevistas. Tem medo da sua memória, costuma dizer. Tem receio de cometer injustiça com relação a pessoas e fatos históricos.

Mas o receio é infundado: à beira dos 90 anos, Canet mantém-se inteiramente dono de sua memória, passada e recente. As queixas de saúde são quase só de dificuldades de locomoção, que combate com frequência, duas vezes por semana, indo a sessões de fisioterapia numa famosa clínica de coluna e Curitiba.

2 – MEMÓRIA PRESENTE

Mas quando conversa informalmente com os amigos é capaz, até por se tratar de um mero bate-papo, de dar lições de como montou um governo que até hoje desperta saudade no Paraná.

Ocupou o Palácio Iguaçu de 1975 a 1979, substituindo Emílio Gomes, de que havia sido vice. “Na verdade, o Pedro Stenghel Guimarães, meu chefe de gabinete, foi mais vice-governador do que eu”, diz. Na verdade, “fui o último a saber que tinha sido escolhido vice-governador”, explica.

3 – DOCUMENTOU NECESSIDADES

Se como vice, Canet ficou distante do Palácio Iguaçu, tão logo escolhido governador – e sacramentado pela Assembleia Legislativa, em eleição indireta – ele tratou de conhecer “a empresa que iria dirigir”.

Assim mesmo, chamando o Governo de empresa – “era minha visão de empresário” – Canet tratou de conhecer seu novo empreendimento, desta vez público.

Num tempo em que nem se sonhava com a Internet, Canet tomou a primeira providencia: mandou 5 automóveis, com engenheiros e fotógrafos a percorrer o Paraná todo. O alvo foram todos os municípios.

4 – DESMENTINDO PREFEITOS

Em cada cidade, os enviados de Canet levantavam, sumariamente, as necessidades locais: educação, saúde, estradas, segurança pública. E as áreas mais necessitadas de apoio do Estado eram fotografadas, fotos acompanhadas de um pequeno relatório sobre as carências de cada cidade iam diretamente para as mãos do governador.

Assim, com a documentação em mãos, Canet passou a receber os prefeitos e seus pedidos de socorro. Eles nem sempre tinham suas necessidades “casando” com a realidade do município. Era quando entrava Canet com sua documentação fotográfica de cada cidade, para dizer, muitas vezes, que o município seria atendido, mas não de acordo com o pedido de cada prefeito.

Inovou de todo: os prefeitos só chegavam a Canet, dali em diante, com petições pertinentes.

Leia Também

Leia Também