terça-feira, 10 setembro, 2024
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Candidatos à Prefeitura de Curitiba participam de debate na Band

Por Carolina Fayad, editado por André Nunes – A Rede Bandeirantes realizou na noite desta quinta-feira (8) em 19 cidades pelo país o primeiro debate das eleições 2024, com os principais pré-candidatos à prefeito/a. Tradicionalmente, a emissora é a primeira no país a dar a largada para os debates televisivos.

Na TV Band Paraná, oito pré-candidatos compareceram ao debate. Por ordem de chegada, a partir das 20h: Samuel de Mattos (PSTU), Roberto Requião (Mobiliza), Andrea Caldas (PSOL), Maria Victoria (PP), Eduardo Pimentel (PSD), Luciano Ducci (PSB), Luizão Goulart (Solidariedade) e Ney Leprevost (União).

Cristina Graeml, do PMB, havia sido confirmada inicialmente, mas por decisão da executiva nacional de seu partido, está com a candidatura indefinida. A jornalista foi a segunda a chegar à TV Band e reclamou bastante da decisão da emissora, ao deixar o local.

Nos bastidores da chegada, Maria Victoria foi recebida na rua por apoiadores e cabos eleitorais; muitos dos candidatos deram entrevistas coletivas, como o vice-prefeito Pimentel, que depois ficou em sua sala se preparando, acompanhado de assessores e de seu vice na chapa, o bolsonarista Paulo Martins (PL).

Já na chapa de Ducci, o deputado Goura Nataraj (PDT) foi o único vice à dar coletiva. Respondeu questões sobre suas bandeiras na campanha, destacou áreas como sustentabilidade e meio ambiente e falou também sobre a importância do debate, destacando que alguns candidatos não tem relação com a cidade.

Ney Leprevost. Foto: Franklin Freitas

Luizão Goulart chegou acompanhado de sua esposa. Contou sobre a sua experiência na gestão como deputado federal e afirmou que “conhece razoávelmente” Curitiba. Os jornalistas perguntaram sobre como ele usaria seu conhecimento de Pinhais na capital: na resposta, ressaltou novamente sua experiência em gestão.

O último candidato à chegar no local foi Ney Leprevost, cumprimentando a todos, dando abraços e chamando os jornalistas pelo nome. Destacou a oportunidade que o debate traz sobre mostrar para a cidade de Curitiba quem é o candidato “mais preparado, corajoso, sereno e firme para enfrentar os desafios”. Sua vice, Rosangela Moro (União), chegou à emissora quando o debate já estava começando

O debate

De modo geral, o debate não teve grandes destaques e embates, à exceção de alguns momentos protagonizados pelo ex-governador Requião, que lançou boutades em Ducci – questionando o quão “progressista” seria sua chapa, diante de seu histórico político enquanto deputado – e no candidato da situação, Eduardo Pimentel. Requião evocou o saudosismo de quando foi prefeito da capital, há 40 anos, afirmando que repetiria muitas das iniciativas que fizeram sucesso na época.

Andrea Caldas e Luizão Goulart puderam aproveitar o espaço do debate e tempo televisivo para se apresentarem ao eleitor, o fazendo de forma satisfatória. Andrea demonstrou segurança ao abordar temas variados, com didática de professora (no bom sentido), fugindo do perfil que Curitiba habituou-se a ver em candidatos do PSOL. Já Luizão faz a linha mais direta e objetiva, buscando apresentar sua experiência como prefeito de Pinhais e deputado federal. Vale lembrar, até hoje ele é amplamente aprovado pela população da cidade metropolitana.

Pimentel foi chamado seis vezes para responder às perguntas dos opositores, mantendo a tradição de “vidraça” por ser a situação – constantemente apresentado (inclusive por si próprio) como o candidato oficial do prefeito Rafael Greca e do governador Ratinho Junior. A aliança com o PL de Bolsonaro, porém, só foi mencionada de passagem no final do debate.

O astral da sala de imprensa era alto. Com os bordões e pérolas de alguns candidatos, os jornalistas caíam na gargalhada com expressões como “estou estupefato” usada por Requião. Durante os intervalos, dificilmente os candidatos saíam do estúdio, mas seus assessores entravam dentro da sala de gravação para fornecer dicas e conselhos.

As temáticas nacionais e a polarização entre Lula e Bolsonaro pouco mostraram as caras, sendo citadas por uma ou duas vezes apenas. O mesmo em relação ao casal Moro e à Lava Jato. Houve muito “bate bola” para apresentações mútuas de planos de campanha, como entre Maria Victoria e Ney, e entre a deputada e Luizão. Já o candidato do PSTU marcou presença como porta voz do proletariado (sem ser chamado para perguntas nenhuma vez).

Eduardo Pimentel. Foto: Franklin Freitas

Difícil cravar, à essa altura, qual candidato se beneficiou mais do debate na Band. Ducci mostrou certa irritação e pode melhorar seu desempenho; Pimentel fez bem o dever de casa e mostrou serenidade, que lembrou a postura do seu ex-padrinho Beto Richa; Ney Leprevost aproveitou seus momentos para gerar conteúdos compartilháveis, em especial num questionamento à Pimentel sobre “o que é Cultura?”.

Ao encerrar o debate, o clima era de festa entre muitos dos assessores e acompanhantes dos candidatos. Saindo da emissora, vários candidatos receberam aplausos e gritos com frases políticas referentes à cada partido e suas bandeiras.

Num pleito que dificilmente será definido no primeiro turno, o tabuleiro está pronto para os próximos movimentos da campanha eleitoral em Curitiba.

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