quinta-feira, 12 junho, 2025
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BILIONÁRIO, JUCA SÓ COME A QUILO, ANDA EM CARRO POPULAR E TEM R$ 5 BI

Juca Abdalla: esquisitices bilionárias
Juca Abdalla: esquisitices bilionárias

Nada como um domingo embalado pela leitura de alguns livros e jornal de qualidade, como o Estadão.

Com o jornalão paulista fiquei sabendo, no último domingo, da existência de José João Abdala Filho, Juca Abdalla, 72, morador no Rio de Janeiro, que não aparece em coluna, social, não frequenta premiações tipos “os melhores”, “os destaques”, “os vencedores”. Mas tem patrimônio avaliado, por baixo, em R$ 5 bilhões. Valor líquido, já descontadas as dívidas.

PAIXÃO PELO ELÉTRICO

É um investidor em grandes empreendimentos, a maioria do setor elétrico. Pense em alguma importante companhia do setor elétrico e com certeza ela terá Juca entre seus maiores acionistas. Pode até se dar ao luxo de perder R$ 150 milhões, como aconteceu ao investir na Eneva, empresa que já foi o ex-milionário Eike Batista.

No geral não perde. É investidor que procura papéis tipo “galinha morta”. Fica muito tempo com eles. Não tem pressa. Prefere o setor elétrico porque é pagador de remuneração certa.

“SOCIALITE” DO COUNTRY

Como entender a psicologia desse homem que, sendo sócio do Country Club do Rio de janeiro, um dos mais exclusivos clubes sociais do Brasil, ser praticamente um desconhecido nesse território tão cobiçado, mas acessível a poucos?

Essa discrição faz parte do ethos de Juca Abdalla. Ele só anda em carros populares, simples; não frequenta restaurantes caros, só come – na verdade – em restaurantes de quilo; não dá entrevistas, foge de jornalistas; Juca só usa roupas simples, calça e paletó brancos, traje definidor de apaixonados pela Escola de Samba Beija Flor; alfaiates ou roupas de marca não estão no seu vocabulário.

Não consta que Abdalla atenda a convites para reuniões sociais, vernissages, lançamentos de livros, solenidades oficiais ou diplomáticas, muito menos esportivas.

PARQUE VILLA LOBOS

Nos anos 1990 Juca Abdalla acabou recebendo 70% da indenização de R$ 2,5 milhões que o Governo paulista pagou à sua família pela compra da valorisadíssima área denominada hoje Parque Villa Lobos, em São Paulo.

Recebimento em prestações, é certo, mas com correção.

O dinheiro de Juca tem outra origem além do parque: ele foi um dos herdeiros de JJ Abdalla, seu pai, um empresário encrencado que, certa feita, chegou a ter 500 processos nas costas. Boa parte deles trabalhistas e tributários. Apesar disso, depois de ter sido secretário de Adhemar de Barros, o Abdalla pai morreu rico, no final dos anos 1980.

BANCO CLÁSSICO

O Banco Clássico, de propriedade de Juca Abdalla, tem apenas 8 funcionários. Lá ele raramente aparece, assim como se mantém distante, não visita sequer, das empresas de que é acionista. De uma delas, a Cemig, tinha 12% das ações, até dias atrás.

Solteiro, não se sabe se atende obras sociais ou culturais. O que se sabe é que José Paes Rangel, ex-funcionário do Banco Central, é quem comanda com amplos poderes as operações desse bilionário. E tem toda a confiança desse “Tio Patinhas” brasileiro.

Ah, ele não se deixa fotografar, também.

Entrada do Country Club do Rio de Janeiro
Entrada do Country Club do Rio de Janeiro
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