
Novas regras não proíbem essa chamada “missa antiga”, mas passam toda responsabilidade para os bispos. Vetam suas celebrações em paróquias católicas. No Alto da Glória, e na capela do antigo Colégio Cajuru católicos rezem como antes do Concílio Vaticano II. Espaços sempre cheios.
Na semana passada o papa Francisco publicou um moto próprio – não se trata de matéria dogmática, mas de ordem administrativa, para toda a Igreja -, estabelecendo novas regras para a celebração da chamada missa Tridentina, originada no Concílio de Trento, século XVI. A celebração é toda em latim, e contém expressões rituais próprias, tendo sido motivo de muitas controvérsias e cisões dentro da Igreja desde que deixou de ser rito obrigatório, com o Concílio.
Uma das mais impressionantes cisões foi a do bispo Marcel Lefebvre, com a Fraternidade VS.Pio X, sedf em Econe, Suíça, hoje até reconhecida como congregação an igreja. Assim, por discordarem das mudanças, vários focos de católicos conservadores manifestaram-se durante os governos de João Paulo II e Bento XVI pedindo o direito de celebração da missa de Pio V. Ela era “o normal”, até o Concílio Vaticano II.

Nesse concílio, a Igreja estabeleceu a chamada Missa de Paulo VI, um novo ritual, prevalentemente em vernáculo, mas que, é verdade, prevê-se seja ela mesma celebrada também em latim. No missal romano há o texto latino da Missa de Paulo VI. Mas sempre com a missa sacramentada pelo Vaticano II.
Para autoridades do Vaticano, a celebração da missa Tridentina, por alimentar “grupos conservadores que se opõem ao Vaticano II”, e até à autoridade do papa, passou a ser “um passo para rupturas com a Santa Sé”. Os bispos americanos, por exemplo, em 50% estão apoiando a Tridentina.

EM CURITIBA: MUITOS FIEIS
Em Curitiba, celebra-se a missa Tridentina (ou chamada de missa antiga), em pelos menos dois lugares. Não se tem informações se é celebrada – sempre com autorização do arcebispo – em outras cidades da Arquidiocese.
Na tentativa de esclarecer o leitor (afinal, os católicos são 60% dos curitibanos), o site tentou contato com o arcebispo dom Peruzo, e com a assessoria de imprensa da Cúria de Curitiba. Não houve resposta às chamadas.
Mas é importante que se registre: nos dois lugares em que a Missa Tridentina é celebrada em Curitiba – na Capela Nossa Senhora da Glória, aos domingos, e na capela do antigo Colégio Cajuru (Avenida Afonso Camargo), aos sábados, a assistência é enorme.
A missa da capela do Alto da Glória é celebrada por um jovem padre da Arquidiopcese, Andersen Bonin, da geração de padres que nunca estudaram latim. A outra celebração dá-se aos sábados, no antigo Cajuru por um padre do Instituto Bom Pastor, que o Vaticano acolheu nos tempos de Bento XVI. O sacerdote vem de São Paulo.
O carisma de sua congregação é basicamente este: reconhecendo o Vaticano II, manter em pé a liturgia católica de antes da grande mudança de 1962 O Bom Pastor decorreu – assim como a Congregação de São Pedro e São paulo – do moto próprio de |\Bento “ecclesia Dei Aflicta”.