O que se viu no sábado, 16, a partir das 10 horas, no auditório da Escola de Enfermagem Catarina Labouré, na Rua Jacarezinho, em Curitiba, desmentiu a repetida afirmação segundo a qual “cada vez as pessoas se interessam menos por conferências”.
Pois o que aconteceu foi exatamente o contrário, apesar do horário sabatino e das más previsões do tempo: 250 pessoas, dos mais diversos níveis sociais, a maioria com formação superior completa ou estudando em universidades, foram ouvir o depoimento de 3 médicos (todos os 3 professores universitários de Medicina) sobre a chamada Experiência de Quase Morte (EQM).
As inscrições foram feitas com antecedência, resultado de ampla divulgação do tema.
2 – MÉDICOS TESTEMUNHAM
E a plateia sorveu com atenção os relatos dos médicos Laércio Furlan, Carlos Harmath e Dagoberto Requião sobre a possibilidade de sobrevivência da consciência, “independente da morte física”. Isto é EQM.
Dois deles foram enfáticos: podem testemunhar a favor da existência da Quase Morte, pois a experimentaram em suas vidas em momentos especiais.
Padre Ricardo Hoepers, doutor em Teologia pela Gregoriana, ficou com a posição católica tradicional sobre a Morte, admitindo, no entanto, a examiná-la sobre diversos ângulos além do dogmático.
3 – OUTRAS POSIÇÕES
Em síntese, os depoimentos giraram em torno de relatos sobre a permanência da consciência após a morte cerebral.
Mas também houve outros enfoques, alguns mostrando pesquisas indicadoras de que as EQMs são fenômenos puramente naturais.
A plateia incluía muitos homens e mulheres previamente convencidos das EQMs, e outros absolutamente céticos com relação à matéria.
Diversos padres, pastores, educadores, médicos, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, advogados, formaram boa parte do auditório. Eles fizeram indagações por escrito aos expositores.
Alguns dos participantes exibiam o jornal de agosto do Instituto Ciência e Fé, em que Tomás Barreiros faz ampla síntese das EQMs, com o texto “Certezas e controvérsias em torno das EQMs”.
4 – “PROVA DE CÉU”
Durante a mesa redonda – moderada pelo vice-presidente do Instituto Ciência e Fé de Curitiba, Cícero Urban – também discutiu-se o livro de Eben Alexander, neurocirurgião da Escola de Medicina de Harvard, “Uma Prova de Céu”, da Sextante.
O professor de Medicina Eben Alexander analisa o que teria sido sua ampla jornada ‘após a morte’, durante sete dias. A obra é largamente aceita nos Estados Unidos, mas considerada ‘excessivamente religiosa’, por parte de membros da comunidade científica americana.
O Instituto Ciência e Fé de Curitiba examina a possibilidade de realizar mais uma mesa redonda sobre o tema, pois muitos são os pedidos que foram encaminhados à instituição promotora do evento.