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Preservação da Mata Atlântica engloba negócios sustentáveis

A tragédia que vive o Rio Grande do Sul acendeu vários alertas pelo país sobre as condições ambientais e seus reflexos climáticos. O norte gaúcho vive uma crescente nos casos de desmatamento: de 2019 a 2023, mais de 16,9 milhões de metros quadrados de mata nativa foram destruídos na região, entre os biomas Mata Atlântica e Pampa, segundo levantamento da plataforma MapBiomas. A área equivale a 1.564 campos de futebol oficiais.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) revelam que a Mata Atlântica tem apenas 12% de florestas bem preservadas e maduras, em relação à cobertura florestal original. Considerado o bioma mais devastado do país, a Mata Atlântica tem seu dia nacional celebrado em 27 de maio, uma data para estimular a conscientização e preservação ambiental. E que engloba também os negócios sustentáveis.

É o caso da Galeria Panaceia, em construção em Curitiba, futuro espaço para negócios comprometidos com a sustentabilidade. A responsável pelo paisagismo do bosque da galeria é Rosângela Sabbag, paisagista da Toque Natural.

“Ao analisar a vegetação do bosque, identificamos espécies nativas de porte bem desenvolvido, algumas exóticas e outras espécies invasoras. A estratégia foi manter as exóticas e as invasoras, em função do tamanho e quantidade de algumas delas, pois haveria um dano maior com a retirada das mesmas. Para a reestruturação do bosque foi feito o plantio de várias espécies nativas de árvores, arbustos e herbáceas, visando criar um ambiente sustentável e de contemplação.

Dentre as nativas foram inseridas no bosque goiaba (Feijoa sellowiana), jabuticabeiras, Íris, pitangueiras e a palmeira jerivá. Também foi inserida a grumixama, que é outra espécie frutífera bastante visitada pelos pássaros”, detalha Rosângela.

Adicionalmente, segundo a paisagista, foram usadas Lantana camara, porque ela atrai pássaros, beija-flores e borboletas. Outras espécies nativas muito importantes que foram inseridas foram a Dicksonia sellowiana (xaxim), o Manacá-da-serra (anão) e a Aroeira salsa, planta esta que é recomendada para a restauração do bioma. Em relação às plantas de forração, foram usadas a Wedelia e a grama amendoim, também nativas da Mata Atlântica”.

A paisagista destaca ainda o uso da Íris-da-praia, da orelha-de-elefante, do inhame, do Caeté, do cipó de São João Laranja e do Cipó-de-Sino roxo.

Plantas cultivadas em casa

Rosângela Sabbag também indica algumas espécies de plantas nativas da Mata Atlântica, que foram inseridas no bosque e que podem ser cultivadas em casas e apartamentos. “Como exemplos podemos citar a Taioba, que além de ornamental é comestível, o Guaimbé, a Calliandra brevipes e a Clusia variegata”.

A paisagista ainda cita que “a maranta cinza é uma herbácea super indicada também para interior. A pitanga-anã ou cerejeira-anã já gosta de sol, mas você pode usá-la em apartamento, em uma varanda com boa incidência de sol. A camará também pode ser usada como forração para uma jabuticabeira, desde que colocada num espaço com claridade, por exemplo uma varanda”.

Segundo Rosângela, o Filodendro ondulado também tem sido bastante usado. “É a moda da vez, podemos dizer. Assim como a maranta charuto, em versão mini e maior, que pode ser usada tanto em meia sombra quanto em sol pleno”.

Além de trazer vida e cores para as casas, cultivar plantas ajuda na umidificação e purificação do ar naturalmente. Algumas pessoas ainda fazem desse cultivo, uma terapia diária.

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